30 outubro 2006

Valeu!

Quando iniciei o Blog de Luta tinha um projeto mais ousado, de fazer valer meu diploma de jornalismo, um tanto mofado pela prevalência do diploma de direito. A união de duas paixões (a luta e o jornalismo) formava, e forma, o tempero particular para que o projeto prosseguisse.
Inicialmente a intenção era formar um site de lutas, mas influenciado pelo excelente “blog do Noblat” achei que seria o instrumento válido para as experiências.

E foi.

Não só pelos comentários registrados, mas também por pareceres de amigos, fica constatado que realmente há espaço para um enfoque mais jornalístico no mundo das lutas. Também, e talvez principalmente, a presença de matérias históricas possui seu valor e interesse.
Em direção contrária, contudo, pode se perceber a impossibilidade de, um blog desprovido de maiores estruturas, competir no campo das notícias e críticas técnicas com outros veículos que circulam na internet.
Falo, principalmente, de sites como o “Portal do Vale Tudo” que dispõe, no seu fórum, com incrível velocidade as matérias mais atuais que saem em diversos outros veículos de informação, sejam digitais, impressos ou televisivos.
Além das notícias, há ainda bons comentários, alguns muito engraçados, boas promoções, e até mesmo boas dicas. Fica apenas o revés de algumas discussões inadequadas e levianas. Mas não pretendo criticar tais fóruns, não neste momento.

Da mesma forma que Ricardo Noblat me convenceu a publicar um blog (em artigo está disponibilizado em link abaixo), outra jornalista me convenceu a encerrá-lo. Em entrevista ao site Artefato Digital, Rosana Herman comenta que:
“Para mim, um post por semana não é um blog. Blog é um diário, precisa de atualização constante. Ele exige dedicação e compromisso. Se você tiver um leitor, já tem um comprometimento com ele. O blog precisa estar limpo, atualizado, funcionando.”


Infelizmente eu concordo. Não há como manter a credibilidade de qualquer veículo de cunho jornalístico se não for possível manter uma regularidade (ainda que não diária).
A correria da vida profissional, aliada à pós-graduação, não permitiu que o Blog de Luta tivesse a dedicação que deveria, razão pela qual, após meses com esperança de poder retomá-lo, reconheço a derrota e a impossibilidade de levar à diante o projeto.

Ficam os agradecimentos daqueles que o visitaram.

PS: acreditando no retorno à vida, algumas pesquisas que já estavam em andamento e que necessitavam de apenas alguns ajustes (como sobre Rolls Gracie; Fedor e Judô), serão publicadas.

06 agosto 2006

Sambo - Quem é Fedor parte II


A maior especialidade de Emilianenko Fedor é uma arte quase desconhecida entre nós e certamente passaria por algo extravagante se não fosse o sucesso dos russos no MMA.
Desenvolvido por militares soviéticos na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) para o combate corpo a corpo, o sambo (ou sombo) é uma mistura bem acabada do jiu-jitsu com o grappling, onde se prioriza muito mais os ataques que bloqueios.
Atualmente ale da versão “olímpica” do sambo, outra variação se desenvolveu incluindo a possibilidade de golpear, tornando mais fácil a migração para o Mixed Martial Arts.

Demonstração de sambo
http://www.youtube.com/watch?v=yFHdXjaS7gw
http://www.youtube.com/watch?v=3J5nCVEhy14

Fedor lutando sambo
http://www.sultatame.com.br/default_ler.php?id=596

Quem é Emilianenko Fedor? - parte I


Emelianenko Fedor nasceu em 28 de setembro de 1976 em Luhansk na Ucrânia, então um dos países membros da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, consequentemente, subordinada à Rússia, nação mais influente do Pacto de Varsóvia (união militar dos países socialistas que se opunham à OTAN, organização similar do Ocidente).
Aos dois anos seu pai, Vladimir Alexandrovich, o leva, juntamente com os três irmãos e sua Mãe, para a Rússia, onde completa o ensino médio, em 1991, e obtém diploma em Comércio Profissional em 1994, que apesar de cumprido após o 2º Grau (ensino médio), se assemelha mais ao curso técnico no Brasil, conforme tradição da política de educação das ex-repúblicas soviéticas.
Além de não ter histórico familiar no mundo da luta, seu Pai era soldador elétrico, Fedor teve infância normal, tendo seu treinador Vladimir M. Voronov declarado que, aos dez anos de idade o atual campeão dos pesos pesados do Pride era pesa fácil para as gozações e brincadeiras de seus colegas.
Após o recebimento do diploma em 1994, Fedor ingressa no exército Russo onde aprimora o sambo, luta exaustivamente praticada pelas forças armadas da Rússia (desde a antiga URSS), cujo objetivo era o combate corpo a corpo.
Com perseverança e dedicação, obtém o grau máximo no sambo e a faixa preta no Judô em 1997, tendo inclusive ganhado a medalha de bronze no competitivo campeonato Russo de Judô em 1998.
A falta de dinheiro para sustentar a mulher (Oksana) e filha (Masha, nascida em 1999), contudo, empurrou o Russo (apesar de nascido na Ucrânia Fedor é tratado como cidadão da Rússia) para o MMA, iniciando a caminhada que o transformaria no maior lutador de vale-tudo do mundo de todos os tempos.

04 julho 2006

Pride GP Critical Countdown Absolute


(mais do que o título do GP, o vencedor terá a oportuinidade de desbancar o melhor de todos os tempos)



Ao contrário do Pride 11, quando somente Paulão levou a melhor, o evento que rolou neste sábado lavou a alma do MMA nacional. Mesmo com a derrota do Drago, e Cyborg, iniciantes no Japão, as vitórias maiúsculas dos irmãos Nogueira, de Wanderlei Silva e Vitor Belfort demonstram que nossos tops ainda se encontram lá em cima.

Pride GP Absolute - Show de Wand e Minotauro


(Uma das inúmeras vezes que Werdum atacou a perna de Minotauro e se deu mal)



Wanderlei

Excelente apresentação de Wanderlei Silva. (31v.-5d._1e.) Com uma boa seqüência de socos no início da luta, o Brasileiro já desestabilizava Kazuyuki Fujita (15v.-5d._0e.) . Mostrou agressividade no chão, inclusive com uma armlock justíssima, boa defesa, com reposições de guarda eficientes, e sem deixar brechas para ataques de Fujita.
Após o recomeço da luta em pé, Wand foi soberano na trocação e por algumas vezes balançou o Japonês.
Detalhe curioso foi o grito de alguém, no córner da Chute Boxe (não dá para identificar quem), falando para o Wand que tava na hora de nocautear. Passados alguns minutos Fujita estava indefeso aos ataques do Brasileiro, e mesmo faltando alguns segundos para o término do 1º round teve sua integridade física preservada.

http://www.megaupload.com/?d=E3UBSSLU


Minotauro

Na vez do irmão, Antônio Rodrigo Nogueira (28v.-3d._1ed.) começou bem aplicando um Knockdown que deixou o nariz de Werdum (8v.-2d._1e.) castigado. Após o pupilo de Cro Cop equilibrou a luta, levando, inclusive, uma minúscula vantagem. Mas faltando 2:30 para o fim Minotauro consegue outro Knockdown com um direto de direita. Depois passou a caçar Fabrício com bons jabs, obrigando o oponente, inclusive, a simular uma queda para interromper a caçada. Primeiro round indiscutivelmente de Minotauro.

Iniciando o 2º round, Werdum surpreendeu Minota ao dominar uma de suas pernas, mas Nogueira, que tem, na opinião do blog, o melhor chão do MMA, antecipou-se à queda e, no chão, deu a volta em Fabrício retornando em pé. Quando, minutos depois Fabrício, tentou a mesma queda, Minotauro se defendeu e caiu por cima. Na terceira vez que aplicou o mesmo golpe, Werdum finalmente derrubou e caiu por cima, mas foi raspado logo em seguida, faltando poucos segundos para o término do round. Não obstante o desempenho de Minotauro, este não saiu ileso e teve seu supercílio aberto.

Vendo que na trocação levava desvantagem, Werdum insistiu no ataque nas pernas do Atleta da BTT, conseguindo relativo sucesso. Relativo porque apesar de conseguir da queda, uma vez caiu na guilhotina e em outras foi raspado. Vitória incontestável de Minotauro. Seria uma luta perfeita se não tivesse sido presa tão fácil para as quedas, sempre as mesmas.

Pride - Nocautes clássicos

(Minotouro na hora da intervenção cirúrgica)


Vitor Belfort

Carente de uma boa apresentação, a luta de Belfort (14v.-7d._0e.) acabou cedo demais. Aos trinta e poucos segundos de luta, após uma tentativa frustrada de Yoshiki Takanashi (28v.-20d._3e.) levar a luta para o chão, Vitinho acertou um bom gancho de esquerda no queixo do Japonês. Nocaute clássico. Pena que, apesar da vitória incontestável, não deu tempo da luta empolgar o público, que é o que Vitor Belfort precisa.

http://rapidshare.de/files/24633694/vitor_belfort_x_takahashi.mpg.html


Minotouro

Desta vez foi Antônio Rogério Nogueira (12v.-2d.0e.) que passou dificuldades com as rápidas joelhadas e chutes de Alistair Overeem (28v.-8d.0e.). Após levar enorme desvantagem no início do 1º round, quando parecia o time do Parreira (não socava, não chutava), Minotouro finalmente conseguiu derrubar o Holandês caindo por cima. Após boas seqüências e chegar na meia guarda, o Brasileiro vacilou em se levantar e tomou algumas pedaladas até voltar para a guarda de Alistair. Como o irmão na 1ª luta contra Fedor, não deu tempo para aproveitar a boa posição com o fim do round.
No segundo round Minotouro mudou a estratégia e encurtou a distância com o Holandês, fugindo de sua excelente envergadura e dos potentes chutes, mas se expondo às temidas joelhadas. A tática, porém, deu resultado e seus socos passaram a entrar na guarda do já cansado (como Minotouro) Overeem. Em uma destas encurtadas conseguiu um potente direto de esquerda no queixo que levantou a cabeça do Adversário e o colocou grogue. Ao apertar os ataques com o adversário estático, Minotouro viu o Juiz interromper o combate.

http://www.sendspace.com/file/72r4ib

Pride - Perdendo o trem da história

(Evangelista Cyborg sendo finalizado)

Edson Drago

Entre os derrotados, pode se dizer que Edson Drago (9v.-1d.0e.) simplesmente não mostrou qualidades para estar no Pride. Foi facilmente derrubado, não soube se defender quando estava por cima, deixou sua guarda ser transposta, não soube sair do massacre quando Pawel Nastula (1v.-2d.0e.) esteve por cima e ainda deixou o braço para o armlock. Deu sorte que seu adversário, judoca por formação, não teve o mesmo comportamento que o seu em luta anterior, senão ficaria sem o braço.


Evangelista Cyborg

Outra decepção, Kazuhiro Nakamura (9v.-5d.0e.) deitou e rolou sobre o instável Cyborg (14v.-9d.0e.), que muito lembra o Luis Mattar no tênis: suas maiores vitórias são no Brasil. Teve sua chance no Pride e desperdiçou.

24 junho 2006

Pride GP Critical Countdown Absolute



De todos os cinturões disputados nos octagons e ringues do mundo, o GP é o que mais emoção traz aos amantes da luta. Livres das lutas arranjadas para melhorar o cartel de lutadores que, por interesse da organização, viram astros, o Grand Prix em geral conta com os melhores da categoria. Apenas o cruzamento dos competidores deixa a desejar, já que não há qualquer transparência nos critérios de escolha.

No próximo 02/07/06 haverá a segunda rodada do GP Absoluto, em um PRIDE especialmente composto para brasileiros (são 7 brazucas) e com transmissão ao vivo pela Band Sports.

Além da felicidade geral pela nova possibilidade de torcer ao vivo, o blog entrou em clima de Copa do Mundo e resolveu dar uns palpites. A intenção, na verdade, é acertar o vencedor, mas foi incluído também o como ocorrerá a vitória.

Agora adivinhar em qual round...

Pride GP Absolute - Cro cop rumo à final



Hidehiko Yoshida
País: Japão
Idade: 36 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 100Kg
Cartel: 7v – 3d – 1e


Mirko Filipovic
País: Croácia
Idade: 31 anos
Altura: 1,85cm
Peso: 97Kg
Cartel: 18v – 4d – 2e

Prognóstico do blog: Mirko Filipovic por decisão

Há quatro anos no MMA, Yoshida teve suas sete vitórias por finalização, incluindo o duríssimo Mark Hunt, um empate contra Royce Gracie em regras especiais (apesar do Brasileiro castigar o Japonês as regras não permitiam vitória por ponto) e três derrotas por decisão, sendo duas delas contra Wanderlei Silva.
Judoca olímpico, o cartel de Yoshida o coloca em boa posição contra em uma posição de vantagem contra o Croata, já que Mirko Filipovic não tem um chão forte e o Japonês teve todas usas vitórias por finalização.
Nas derrotas contra Wanderlei Silva, contudo, Yoshida mostrou dificuldade em derrubar um trocador de primeira, o que coloca Cro Cop em boa posição.
Além de excelente em pé, após Mirko Filipovic iniciar seus treinamentos de chão com Fabrício Werdum, já conseguiu duas finalizações.
Caso Yoshida tenha dificuldade de derrubar Cro Cop, corre sério risco de ser nocauteado. Se conseguir levar a luta pro chão, com certeza o Croata fará aquele anti-jogo típico para retornar em pé e não será, no chão, a presa que foi para Minotauro, e vencerá por decisão.
Resultado: Vitória de Cro Cop por desistência (acerto do blog: 50%)
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

Pride GP Absolute - O cinturão do Minotauro



Antônio Rodrigo Nogueira (Minotauro)
País: Brasil
Idade: 30 anos
Altura: 1,90cm
Peso: 105Kg
Cartel: 27v – 3d – 1e


Fabrício Werdum
País: Brasil
Idade: 28 anos
Altura: 1,93cm
Peso: 110Kg
Cartel: 8v – 1d – 1e

Prognóstico do blog: vitória de Minotauro por nocaute

Um dos maiores nomes de todos os tempos, Antônio Rodrigo Nogueira, o Minotauro, possui uma carreira sólida, vencendo os principais lutadores de MMA da atualidade. Das três derrotas, duas foram contra o Fedor Emelianenko, o que não diminuiu em nada seu potencial. Se nos campeonatos de pano não teve o destaque de seu adversário (Fabrício Werdum é tri-campeão mundial), ninguém adaptou tão bem o jiu-jitsu para o MMA como Minotauro. Por isso leva vantagem se a luta for para o chão.
A luta em pé não melhora a situação de Werdum, já que seu boxe não é dos melhores, como visto contra Segei Kharitonov, ao contrário de Nogueira que tem a nobre arte como uma poderosa aliada, e, apesar dos treinos com Cro Cop, não possui MT suficiente para abalar o adversário.
Resultado: Vitória de Minotauro por decisão (acerto do Blog: 50%)
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

Pride GP Absolute - Hunt entre os top



Josh Barnett
País: Estados Unidos
Idade: 28 anos
Altura: 1,90cm
Peso: 113Kg
Cartel: 17v – 3d – 0e


Mark Hunt
País: Nova Zelândia
Altura: 1,78cm
Peso: 113Kg
Cartel: 5v – 1d – 0e

Prognóstico do blog: Mark Hunt por decisão

Apesar do bom cartel de Josh Barnett, suas duas derrotas para Mirko Filipovic e para Pedro Rizzo demonstram certa dificuldade em lidar com bons chutadores. O Kickboxer Mark Hunt, por sua vez, enfrentou o próprio Cro cop e Wanderlei Silva conseguindo duas vitórias. Quanto às finalizações de Barnett, Hunt já demonstrou ter aprendido o anti-jogo suficiente para força o retorno da luta em pé.
Em um combate lento, Hunt deve prevalecer.
Resultado: Vitória de Josh Barnett por finalização (kimura) (acerto do blog 0%)
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

Pride GP Absolute - Wanderlei entre os pesados



Kazuyuki Fujita
País: Japão
Idade: 35 anos
Altura: 1,83cm
Peso: 109Kg .
Cartel: 13v – 4d – 0e


Wanderlei Silva
País: Brasil
Idade: 29 anos
Altura: 1,80cm
Peso: 90Kg
Cartel: 30v – 5d – 1e

Prognóstico do blog: Wanderlei Silva

Em se tratando de GP Absoluto, Wanderlei Silva deverá aumentar seu peso e se aproximar de Fujita, diminuindo a vantagem, na balança, deste. Kazuyuki Fujita tem um cartel equilibrado, tendo 46,15% de suas vitórias ocorrido por nocautes, 38,46% por finalização e apenas 15,38% por decisão. Quando enfrentou os principais lutadores, contudo, Fujita foi derrotado.
Wanderlei Silva além de mais experiente entrou no GP como o campeão dos médios e como a esperança da Chute Boxe ter um competidor forte entre os pesados. É possível que, mais pesado, Wanderlei não consiga se soltar, mas deverá fazer o suficiente para vencer por decisão.
Resultado: Vitória de Wanderlei Silva por nocaute técnico - 50% de acerto do Blog.
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

Pride GP Absolute - A chance de Cyborg

Evangelista Cyborg Santos
País: Brasil
Idade: 28 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 90Kg
Cartel: 14v – 8d – 0e



Kazuhiro Nakamura
País: Japão
Idade: 27 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 93Kg
Cartel: 8v – 5d – 0e

Prognóstico do blog: Kazuhiro Nakamura por decisão


Não valendo para o GP, o brasileiro Evangelista Cyborg terá outra oportunidade de aparecer em evento de primeira linha e se desfazer da imagem de lutador que só se dá bem no Brasil. Apesar de algumas vitórias no Cage Rage, Cyborg não consegue uma seqüência de resultados positivos que o alcem ao estrelato. Assim como Nakamura, Evangelista não tem bons resultados contra lutadores tops. Considerando não só que a luta é no Japão, mas também que seu adversário é mais experiente, Nakamura deve vencer.
Resultado: Vitória de Nakamura or finalizaçao (acerto do blog: 50%)
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

Pride GP Absolute - A vez de Belfort


Vitor Belfort
País: Brasil
Idade: 29 anos
Altura: 1,83cm
Peso: 93Kg
Cartel: 13v – 7d – 0e

Yoshiki Takahashi
País: Japão
Idade: 37 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 93Kg
Cartel: 28v – 19d – 3e

Prognóstico do blog: Vitor Belfort por nocaute


Em outra luta fora do GP, Vitor Belfort tem uma oportunidade de ouro para retomar sua escalada ao topo. Enfrenta um lutador bem mais velho, e nem todos são Couture, que teve sua carreira consolidada no Pancrase. Fora de sua casa, Takahashi enfrentou e para lutadores de ponta. Mais que um prognóstico, fica aqui uma torcida para Vitor Belfort vencer bem, e se possível com show. Se não for assim o Fenômeno iniciará sua volta para os eventos nacionais...
Resultado: Vitória de Viotr Belfort por nocaute (acerto do Blog 100%)
(Editado em 01/07/06 somente para inserir o resultado)

22 junho 2006

Eder Jofre - O Galo de Ouro


O maior pugilista brasileiro, e um dos maiores do mundo, de todos os tempos, Eder Jofre nasceu em 26/03/36 na cidade de São Paulo/SP vindo de uma família de boxeadores (Zumbano) , Teve forte influência de seu pai, Kid Jofre, também foi seu treinador.

Iniciou sua carreira como peso galo (até 55,338 kg) no tradicional torneio “Forja dos Campeões”, então realizado e patrocinado pelo Jornal a Gazeta Esportiva.

Após vencer o torneio, o Galinho de Ouro, apelido que receberia anos depois, iniciou uma sólida seqüência de vitórias que o levou à Olimpíada de 1956 em Melbourne, como um dos favoritos ao título.

Após vencer duas lutas, a CBB colocou como sparring Celestino Pinto, pugilista bem maior e que, nos treinos, fraturou o nariz de Éder em dois locais. Sem conseguir respirar direito, o Brasileiro perdeu por pontos nas quartas de final para o chileno Cláudio Barrientos.

A perda da medalha olímpica para um lutador menos qualificado (um ano depois, Éder Jofre teve sua revanche contra Barrientos e venceu por nocaute, após derrubar o Chileno por 7 vezes) fez o Galo de Ouro abandonar o boxe amador e se profissionalizar.

Depois 34 vitórias e um empate em 4 anos, Éder Jofre teve a oportunidade de disputar, em 1960, com 21 anos, o cinturão pelo título mundial dos Pesos Galo da NBA (National Boxing Association) contra Eloy Sanches, tendo vencido por nocaute no 6º round. Em 1962 venceu o irlandês Johnny Caldwell, unificou o título dos Galos, tornando-se o único campeão mundial da categoria.

De 1960 a 1965 defendeu os títulos por 8 vezes e venceu todas por nocaute. Em 1965 viajou para o Japão para mais uma defesa do título contra o japonês Masahiko “Fighting” Harada. Já com problemas para se manter como peso galo, Éder Jofre sofreu com a dieta e os diuréticos para baixar o peso, entrando no ringue enfraquecido pela desidratação (ficou 12horas sem água).

Apesar do próprio Galo reconhecer as dificuldades sofridas nas lutas, os resultados foram muito contestados, sendo que muitos atribuem a derrota ao fato da luta ter se realizado no Japão.

Eder Jofre - Campeão como peso pena


Desiludido Éder abandona o boxe por três anos, voltando em 1969 como peso pena (58,967kg) e reiniciando nova seqüência de vitórias que lhe trouxeram novo título mundial em 1973, aos 37 anos, em luta contra o espanhol José Legra. Como celebridade nacional, o título foi disputado em Brasília e com a presença do então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici.

Depois do falecimento do pai e irmão, Éder Jofre encerra a mais vitoriosa carreira de um lutador brasileiro em 1976.

Em 1983 o Conselho Mundial de Boxe, no edifício da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, Estados Unidos, elegeu o Galinho de Ouro como o melhor peso galo do mundo.

O reconhecimento definitivo veio em 2002 quando a revista The Ring, considerada a bíblia do boxe, elege Éder Jofre como o 9º maior pugilista de todos os tempos considerando todas as categorias.

Notas do blog:

1º) Poucas vezes um esportista tem uma superioridade desta envergadura, principalmente em um esporte que num lance do acaso (mata cobra) pode definir o combate.

2º) O vídeo disponibilizado abaixo é de uma das duas derrotas de Éder Jofre e demonstra uma luta parelha, com o Japonês Masahiko “Fighting” Harada diversas vezes se segurando com o clinch.
Infelizmente, ao menos por ora, não há vídeos disponíveis com as vitórias. Assim que conseguir o post será editado.

3º) Não custa sonhar, Éder Jofre, depois de uma dose de chão e um estágio na ChuteBoxe, no Pride Bushido detonando Takanori Gomi ...

Uma das duas derrotas contra Masahiko “Fighting” Harada (parte)
http://www.youtube.com/watch?v=Ft1JgSqHzTM&search=eder%20jofre

Eder Jofre - Cartel


Cartel

81 Lutas
77 Vitórias
52 Nocautes
2 Empates
2 derrotas (os dois contestados combates contra Harada)

Conquistas:

Campeão da Forja de Campeões (amador) - 1953
Campeão Brasileiro dos galos - 1958
Campeão Sul-americano dos galos - 1960
Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) dos galos - 1960
Campeão Unificado (títulos pelas federações americanas e européias) dos galos -1962
Campeão Mundial dos penas pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe) - 1973


Prêmios e Homenagens

Melhor "peso galo" do mundo - 1963
Melhor "peso galo" de todos os tempos - CMB (Conselho Mundial de Bexe)
Melhor na categoria de peso na América Latina - Imprensa da República Dominicana
Pugilistas que defenderem com sucesso o seu cinturão nos galos ganham o "Troféu Eder Jofre".
Indicado para o "Hall da Fama" do boxe - 1992.
Nono melhor pugilista dos últimos cinqüenta anos - Revista norte-americana "The Ring" - 2002 (ao lado de monstros do esporte como Sugar Ray Robinson, Muhammad Ali, Julio Cesar Chavez, Sugar Ray Leonard, Roberto Duran, Carlos Monzón)

14 junho 2006

Retomada interrompida. Belfort perde mais uma.


(foto - Vitor Belfort na guarda...)

Tudo parecia bem planejado, após a derrota no Pride GP Vitor Belfort (13v. – 7d. – 0e.) se recolhia a eventos menores e se concentrava a princípios (jiu-jitsu e boxe) que o projetaram no MMA. Assim obteve a excelente vitória sobre Antony Rea (ver post nesse blog) e em sua estréia no boxe profissional contra Josemário Neves. Em nenhuma das lutas, principalmente na de boxe, Vitinho foi realmente testado, o que parecia sedimentar a idéia de sua preparação paulatina e sustentável, fazendo-o crescer novamente até voltar a enfrentar os melhores.
No meio do caminho encontraram uma boa luta, uma revanche contra seu algoz no Pride GP Alistair Overeem (24v – 7d – 0e), que também carecia de uma recuperação após ser finalizado por Fabrício Werdum. Além do apelo promocional, e conseqüentemente financeiro, o combate era um passo a mais. Vitor deixaria adversários menos conhecidos e enfrentaria alguém de maior nome, credenciando-o a voltar aos grandes eventos. Tudo parecia bem traçado, mas...

Até que Vitor começou bem, conseguindo equilibrar com a boa trocação do Holandês, levando vantagem em diversos momentos e conseguindo, inclusive, a montada. A partir do 2º round, contudo, o Brasileiro passou descaradamente a fugir do combate em pé, lançando-se ao chão a cada ameaça das poderosas joelhadas do kickboxer.

Pior do que a derrota, e a interrupção do bom trabalho até então realizado, foram as desculpas apresentadas pelo Lutador e seu empresário (Jorge Guimarães – O Joinha do Premiere Combate). Segundo declararam após a luta, Vitor teve um estiramento no músculo da coxa que o impediu de boxer, passando a chamar Alistair na guarda. (COMO???), Repetindo, passou a chamar o Holandês na guarda. Não há porque ficar preso a comentários, o link para o vídeo da luta está logo após o post, mas chamar pra guarda no MMA é para muito poucos. Para falar a verdade nem o Minotauro, o maior guardeiro do MMA, chama para guarda, preferindo, a toda evidência, cair por cima.

Vitor Belfort perdeu porque lutou pior. E mais, não chamou pra guarda e sim fugiu da luta em pé. A desculpa de que a Comissão Atlética visa mais o boxe não serve para justificar a apatia de quem quer voltar a ser o Fenômeno.

Resta apenas acreditar que Vitor irá continuar a executar o bom trabalho que tem feito até aqui. Apesar do duro golpe sofrido, Belfort ainda tem contrato com o Pride, o que pode lhe proporcionar a grande chance da volta por cima. Mas que fique atento,


http://rapidshare.de/files/22812255/Belfort-vs-Overeem.avi.html

05 junho 2006

Pride Bushido 11 Survival


Apesar da torcida à favor dos brasileiros, a noite do Pride Bushido 11 não foi das melhores, das quatro lutas envolvendo brazucas apenas uma teve resultado positivo e, ainda assim, a vitória solteira trouxe junto uma preocupação.

Pride 11 - Injustiça não vingada


A primeira derrota da noite veio sobre Murilo Bustamante (12v.- 6d.–1e.). O Brasileiro não conseguiu fazer seu jogo de chão e teve que trocar com Amar Suloev (21v.-5d.–0e.). Enquanto usava seu boxe para aproximar e tentar a queda, Amar Suloev fugia do Brasileiro mas usava seus contragolpes com eficiência. Apesar de não haver uma supremacia nos dois rounds, os chutes e o knockdown conseguido pelo Armeno e as tentativas frustradas de Murilo para derrubar o adversário, fizeram o os juizes penderem a favor de Suloev. Foi mais uma vitória da estratégia de quem não queria ir para o chão, fugiu do adversário enquanto o minava nos contra-ataques.

Das derrotas sofridas na noite a de Murilo Bustamante é a que mais deixa marcas, tanto pelos seus 39 anos, que o coloca obrigatoriamente no final de carreira, como pela injustiça que lhe fizeram na decisão do GP de 2004, quando foi descaradamente roubado contra Dan Henderson (20v.- 4d- 0e.) em nome da necessidade do Pride entrar no mercado americano. Mais de que qualquer outro Murilo, que se encontra na estrada desde o desafio do jiu-jitsu contra a luta livre em 91, que já manteve o cinturão dos médios do UFC, merecia se retirar com a vitória no GP.

Mais uma vitória da estratégia:
http://rapidshare.de/files/22167461/Murilo_Bustamante_x_Amar_Suloev.nsv.html

Pride 11 - Era Zebra!!!


A segunda decepção veio com a nova esperança brasileira. Após colocar Takonori Gomi (24v.- 3d. -0e.) para dormir em um desempenho excepcional (ver post neste blog), Marcos “Maximus” Aurélio (14v.- 3d.- 0e.) começou bem a luta contra Mitsuhiro Ishida (12v.- 2d.- 1e.), conseguindo um knockdown e uma guilhotina que deixou o estádio aflito. O decorrer da luta, contudo, mostrou o Brasileiro sem eficiência para se raspar o Japonês e teve que suportar Mitsuhiro Ishida, por cima, castigando-lhe todo o tempo. Outra vitória justa.

http://www.megaupload.com/pt/?d=GAEUKGQ5

Pride 11 - Ninja é triturado


Murilo Ninja nunca chegou a ser um top, alternando bons e maus resultados, mas conseguiu impressionar pelo fôlego empregado durante as lutas. Após a boa vitória sobre José Mário Sperry (11v- 4d.- 0e.) em abril/02, contudo, Murilo Rua sofreu seis derrotas (Ricardo Arona, Kevin Randleman, Sergei Kharitonov, Quinton Jackson, Paulo Filho, Denis Kang) e teve apenas três vitórias (Akira Shoji, Alexander Otsuka e Murad Chunkaiev) . Ao baixar seu peso para a categoria Welterweight (peso médio), alguns esperavam uma melhoria na performance de Murilo, fato, contudo que não ocorreu. Em sua primeira luta no peso, levou um baile de Paulão Filho (12v.-0d.-0e.). Na segunda foi nocauteado em segundos.
Poderia se dizer da má adaptação no peso, da linha descendente do atleta, e até mesmo da necessidade de se afirmar, mas na verdade é que foi desequilibrado por um bom soco de Denis Kang (22v.-7d.-1e.), não assimilou o golpe e deixou a guarda aberta. Foi massacrado. Não há muito que dizer da luta.

http://www.sendspace.com/file/mrorc4

Pride 11 - A vitória de Paulão



A única vitória veio pelas mãos de Paulão Filho, que chega à excelente marca de 12 vitórias, nenhuma derrota ou empate. Soberano no combate, Paulão dominou o adversário durante toda a luta. Já nos primeiros segundos derrubou *, passando a guarda e, em seguida, conseguindo a montada. Da mesma forma que aconteceu contra Murilo Ninja, não houve qualquer sombra de dúvidas sobre a extrema superioridade do brasileiro, que com seu Judô eficiente conseguia levar o adversário ao chão com muita facilidade. Mas é exatamente sobre a extrema superioridade encontrada que reside a preocupação: são duas lutas em que Paulo Filho é muito superior ao adversário, mas não consegue finalizar ou uma seqüência de golpes que traga maiores traumas. Passou quase todo o 1º round montado, mas deixou o Francês inteiro para o 2º round. Se contra Murilo Ninja ficou no ar certa amarração, contra Gregory Bouchelaghem (5v.-3d.-0e.) o atleta da BTT deixou transparecer ineficiência para finalizar ou nocautear, o que pode justificar o alto índice de vitória por decisão (58,33% - sete) em sua vitoriosa carreira.

http://www.sendspace.com/file/19rqjx

28 maio 2006

A queda de um mito no UFC 60



(foto - Royce, de bermuda azul, sendo massacrado)

No século XX a Família Gracie teve uma visão e se vestiu com o manto de comprovar ao mundo a superioridade do jiu-jitsu. Por muitos e muitos anos Hélio, Carlson, Rolls e outros tiveram o duro encargo de enfrentar adversários mais fortes e com habilidades em outras artes, sempre demonstrando, com sucesso, a eficiência do jiu-jitsu.

O mundo as artes marciais agradece à família Gracie a apresentação do Jiu-jitsu.

A gratidão, porém, passou do aplauso e fixou residência nos treinamentos. Todos no MMA reconhecem a necessidade de conhecer, ao menos, o anti-jiu-jitsu, o suficiente para amarrar o jogo e não ser finalizado. Todos evoluíram, mas parece que os Gracies não.

Além de não ter nenhum membro da Família Gracie entre os tops, este domingo (28/05/06) foi testemunha da triste derrota do mito Royce (13v- 3d.- 3e.) para Matt Hughes, nocauteado no 1º round em sua volta ao UFC 60, onde nunca havia sofrido um revés.
Para quem não se lembra, o UFC foi criado por Rorion Gracie para ser palco de desafio entre estilos, com os lutadores se enfrentando em três combates em uma só noite. Nas quatro primeiras versões, Royce venceu todas as suas lutas, não levando o cinturão apenas no UFC três porque teve que abandonar a disputa após a vitória sobre Kimo Leopoldo. No UFC 5 empatou com Ken Shanrock (que viria ser o nome a ser batido nos anos seguintes) após o americano amarrar descaradamente a luta.

Os tempos, contudo, passaram, e hoje tivemos que ver um mito ser massacrado. Que sirva de lição para se curar a miopia que ataca os Gracies.

Para assistir Matt Hughes vs. Royce Gracie
http://www.megaupload.com/pt/?d=Z1LHC85R


Pega Leve vs Gabriel Napão

Neste triste final se semana onde a única vitória brasileira foi sobre outro brasileiro, abro parênteses para ratificar o que tenho dito em outros fóruns: Gabriel Napão (6v. -1d.– 0e.) tem tudo para se fixar com um top em sua categoria. Tem um excelente chão (não deve nada a qualquer outro no mundo) . Sua trocação não é das melhores, mas evoluindo no fundamento, o que pode acontecer com boas doses de chute boxe, terá condições para pegar o cinturão.

A vitória de Gabriel Napão
http://www.megaupload.com/pt/?d=U5ONQGNU


Quantos aos demais brasileiros na noite parecem que seguiram o tom da apática ditado pelo Mestre Royce Gracie; Assuério Silva (10v.- 5d.- 0e.) foi derrotado por Brandon Vera (7v. 0d.–0e.) e Fabiano Pega-Leve (5v. 3d.–0e.) por Napão.

Luta do Assuério vs Brandon Vera
http://www.youtube.com/watch?v=LsXy1hyJS_k&search=UFC%2060

26 maio 2006

Vitor Belfort – o retorno?


Primeiro ídolo brasileiro do MMA moderno que não tinha, apesar de adotado por um, o sobrenome Gracie, Vitor Belfort (13v-6d.–0e.) conheceu de perto os altos e baixos da fama. Treinado por Carlson, Vitor logo se destacou nos treinamentos e, alçado da faixa azul para a preta de jiu-jitsu, estreou, em sua segunda luta, no UFC 12 (fevereiro/97) com duas vitórias no mesmo dia (sobre Tra Telligman– interrupção e Scott Ferrozzo – nocaute). Não demorou a receber a alcunha de Fenômeno, apelido dado, principalmente, pela rapidez de seus socos.
Apesar da primeira derrota para Randy Couture (14v.- 8d.- 0e.) no mesmo o ano, o prestigio de Vitinho não diminuiu e as vitórias se seguiram, inclusive com o clássico nocaute sobre o então iniciante Wanderlei Silva.
A clássica vitória sobre Wanderlei Silva
Em 2002 sua carreira tomou novos rumos com a participação na Casa dos Artistas 2, tornando-o extremamente popular. Aproveitando da fama obtida, Silvio Santos transmite pela primeira vez uma luta de MMA na televisão aberta, que alcança o excelente índice de 14 pontos no IBOPE, mas Belfort é derrotado (decisão) por Chuck Lidddell (18v.- 3d.– 0e.) e a carreira do atleta inicia seu declínio. De 2002 até 2006 foram sete lutas, sendo três vitórias (Marvin Eastman; Randy Couture e Antony Rea) e quatro derrotas (Chuck Lidddell; Randy Couture; Tito Ortiz e Alistair Overeem).
Várias razões foram apontadas para o declínio de seu desempenho, da fama que teria subido à cabeça, constantes trocas de equipe, seqüestro da irmã e até mesmo o pé frio de seu novo empresário (Jorge Guimarães – o Joinha, apresentador do Premiere Combate).
Muitos ficam aguardando o retorno vitorioso, o que pode estar prestes a acontecer. Passada a tempestade da fama fácil da Casa dos Artistas, resolvido o seqüestro da irmã (que infelizmente não teve final feliz), Vitinho voltou a eventos menores (Cage Rage) e se concentrou nos treinamentos de boxe, que o projetou.
As duas últimas lutas do Fenômeno, sendo uma sua estréia no boxe profissional, já mostram a melhoria sustentável, para utilizar um jargão do economês em moda. No combate no Cage Rage 14, contra
Antony Rea (9v.- 5d.– 0e.), Belfort mostrou um bom jiu-jitsu, com direito a uma omoplata quase perfeita, e, principalmente, muita confiança no boxe. Há de se fazer, contudo, ressalva para a pouca agressividade de Rea.
Na sua estréia no boxe profissional, Vítor enfrentou Josemário Neves, ex-campeão baiano, tradicional reduto da nobre arte nacional, e não deu qualquer chance ao adversário, aplicando-lhe três knock downs, em menos de um minto.

Ainda é pouco, mas já aguça o desejo de presenciar o retorno do Fenômeno aos grandes eventos.


A vitória no Cage Rage
http://www.hausfightwear.com.br/videos_10.php

A vitória em sua estréia no boxe profissional

Questão operacional ou falta de visão?


Uma das reclamações mais recorrentes que se pode verificar nas academias e fóruns ligados às lutas é, sem dúvida, a impossibilidade de acompanhar ao vivo os principais eventos de MMA, mas precisamente UFC e PRIDE.
E o pior é que, em 2005, o canal Premiere Combate (Globosat) apresentou como degustação quatro eventos do PRIDE transmitidos diretamente do Japão. Para os amantes do MMA foi algo parecido como ter quatro copas do mundo em um só ano, madrugadas percorridas na expectativa de acompanhar, principalmente, as vitórias dos brasileiros em ação.
Apesar de toda a vibração o canal anunciou que não renovou o contrato e as transmissões cessaram, deixando os telespectadores à deriva na internet. As reações foram muitas, incluindo, inclusive, campanha de cancelamento de assinatura em massa no principal portal de MMA do Brasil.
Apesar da revolta e decepção, insisto em ver a decisão da Globosat com outros olhos e tentando entender a postura do canal Premiere Combate. O fato é que o MMA tomou a dimensão que tem hoje devido à aceitação no mercado, principalmente o japonês e americano.
As vendas de produtos ligados às lutas, incluindo as transmissões televisivas, formaram um novo filão de negócio, estimulando novos eventos e novos lutadores. A inexistência da mais valia (tradução marxista de lucro) fatalmente condenaria aos antigos e românticos embates dos gracies contra outras artes.
Em recente entrevista ao “site” faixapreta.com, o diretor dos canais Premium da Globosat, Elton Simões, afirmou que a dificuldade de compra dos direitos ao Pride decorre, exclusivamente, do preço pedido e as dificuldades de efetuar a transmissão ao vivo, que, segundo Elton, encarece em de 2 a 3 vezes o valor do evento.
Comentou ainda, que o pagamento do preço pedido pela DSE praticamente inviabilizaria o canal, fazendo com que o prejuízo fosse maior:
“Consideramos o PRIDE muito importante, por isso estamos fazendo um grande esforço para comprá-lo. Porém, entre as responsabilidades de um canal, está a garantia de dar continuidade a ele. Se pagássemos o que o PRIDE está pedindo não teríamos mais o canal.”
Antes de concluir pelo descaso do canal com os telespectadores, é necessário verificar que o Premiere Combate não parou o investimento nas lutas, tendo adquirido, recentemente, um pacote de 24 lutas para este ano, o que atende ao pedido de 42% dos assinantes do canal (segundo a Coluna Controle Remoto do Diário do Nordeste). Além do boxe, que é um bom programa, a Globosat adquiriu ainda o K-1 e Cage Rage, mas nenhum destes ao vivo.
Apesar de reconhecer as dificuldades no fechamento do negócio, o que causa estranheza é o fato das lutas ocuparem, segundo reportagem do JB em 29/09/02, o segundo lugar da preferência dos assinantes, perdendo apenas, é óbvio, para o futebol, mas ficando à frente de esportes tradicionais como vôlei (3º colocado), o futsal (4º), o tênis (5º), o automobilismo (9º) e o basquete (20º).
Segundo o Jornal, em agosto de 2002 o MMA foi visto por 69.040 assinantes (52,1%) do público que viu futebol (132.417). Pela quantidade de aparelhos ligados, dado que serve para a contagem da audiência, o quadro fica ainda mais favorável ao MMA, já que contou, no período, com 2,3% dos aparelhos legados, quando o futebol obteve 3,5%.
É inegável que as transmissões ao vivo de 2005 aumentaram o número de assinantes, e o público do MMA, apesar de praticamente ignorado pela TV aberta, cresce ano a ano, potencializando, ainda, mais, o mercado da Globosat.
É impossível ignorar as dificuldades da aquisição do PRIDE, mas é incompreensível o canal não se aliar aos produtores brasileiros para a realização de eventos em terras brasileiras. Jamais alcançaremos, ao menos nesta geração, o nível de fanatismo que existe no Japão, aonde a admiração pelas lutas vem desde a era dos samurais, mas o Brasil é certamente o maior celeiro de lutadores do mundo e a existência de um GP com bolsas dignas e compatíveis com a realizada brasileira, com certeza iria alavancar os índices de audiência.

É muita audiência represada.

23 maio 2006

Recordar é viver


No atual estágio do MMA, é impossível defender a supremacia de um estilo. Após, principalmente, o furacão Marco Ruas (8v-3d- 2e) ter conquistado o UFC 7 (1995) apresentando enorme intimidade tanto para lutar em pé como no chão, o vale tudo iniciou sua transformação para Mixed Martial Arts (Mistura de Artes Marciais) e o cross-trainning (treinamento em diversas artes) se fixou como o único modo de se preparar para a luta.
Antes, contudo, a família Gracie incorporou a missão de comprovar a supremacia do jiu-jitsu e partiu para o mundo desafiando todas as artes marciais para combates sem regras, onde apenas o reconhecimento da vitória interrompia a luta.
Esse post vem apenas lembrar essa fase romântica, sem qualquer pretensão de insinuar alguma superioridade. Ao contrário, serve até mesmo para lembrar que aqueles lutadores de jiu-jitsu que se recusam a treinar sério outras artes hoje se encontram cada vez com menor destaque. É com pesar que vejo rankings, que, mesmo feitos sem critérios objetivos, não contam com Gracies no topo.
Jiu-Jitsu vs

Karatê
http://video.google.com/videoplay?docid=4484668185211770452&q=%22jiu+jitsu%22

Full contact
http://video.google.com/videoplay?docid=-6043278201850043031&q=%22jiu+jitsu%22+vs

Luta Livre (o clássico Rickson Gracie vs hugo Duarte)
http://video.google.com/videosearch?q=Rickson+Hugo+Duarte

Karatê
http://www.youtube.com/watch?v=9b6a2VH5HJg&search=%22jiu-jitsu%20vs%22

professional NFL player (??? – mas é um bom vídeo)
http://www.youtube.com/watch?v=8dVqMIt8jSY&search=%22jiu%20jitsu%20vs%22

Judô (Rickson e Royler)
http://video.google.com/videoplay?docid=-1015797790370952500&q=RICKSON+GRACIE&pl=true

JKempo (Royler)
http://www.youtube.com/watch?v=naWEbPDz80w&search=royler

Capoeira
http://br.geocities.com/suporte_videos03/bjjxcapoeira.mpg

Judô
http://video.google.com/videoplay?docid=-5147299969432921273

Kung Fu
http://s37.yousendit.com/d.aspx?id=1PBHPW3Z0F97D27GXVWYEQA648

Sambo (Rickson)
http://rapidshare.de/files/2575105/Rickson_-_Sambo.mpg.html

Judo + Boxe chinês
http://www.megaupload.com/?d=EG8P943S

Kickboxer
http://www.megaupload.com/?d=BSKU61V5

Judô (Royce)
http://www.megaupload.com/?d=DIZE6AHM

22 maio 2006

Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba - sera?


Poucas lutas foram tão aguardadas como Rickson Gracie contra Kazushi Sakuraba, cuja especulação indica que se realizará no K-1 em setembro ou dezembro, já que a organização teria acertado com o Brasileiro sua bolsa (US3.000.000,00).

Quando todos contavam como certa sua realização após o Japonês vencer quatro membros da família Gracie, motivos particulares (a morte do filho) afastaram Rickson do cenário do MMA desde 2000.

Enquanto Sakuraba sedimentava sua sólida carreira e a condição de ídolo no Japão, muitas vezes os boatos noticiavam a volta de Rickson, sempre frustrando, porém, os que aguardavam a retomada da carreira.

Concomitante com o desenvolvimento do MMA, tanto tecnicamente como empresarialmente, o mito sobre o Gracie se tornava cada vez maior. São comuns as discussões sobre como se sairia atualmente em confrontos contra lutadores mais qualificados.
Um dos motivos, alegado em várias ocasiões, que dificultava o retorno era o valor da bolsa, já que exigia montante superior a U$1.000.000,00.

Ao contrário do que muitos pensavam, porém, Rickson novamente se colocava na vanguarda do esporte ao exigir maior participação nos lucros do espetáculo.

Se antes, apesar de juntar mais de 50.000 pessoas em eventos, havia dúvidas acerca da alta lucratividade do MMA, hoje não há maiores questionamentos.

Em recente reportagem com o promotor de boxe Don King, a conceituada revista Forbes (abril/06) coloca o boxe como um esporte que está morrendo, citando, para demonstrar a queda da nobre arte, a ausência de ídolos, a existência de muitos campões em diversas categorias e organizações (sete) e a redução do interesse pelos mais jovens.

O MMA, por sua vez, menciona a publicação, não padece destes vícios, tendo sempre ídolos locais (ainda que fabricados – ressalva do blog) e duas grandes organizações (UFC e PRIDE). Um exemplo citado pela Forbes ilustra muito bem a curva descendente do boxe a ascendente do MMA. O reality show da NBC sobre boxe (The Contender), mesmo estrelado por Sugar Ray Leonard e Sylvester Stallone, foi encerrado após a primeira temporada e não fez teve qualquer efeito sobre o boxe. O similar de MMA (The Ultimate Fighter), realizado pelo UFC, já se encontra em sua 3ª temporada, e, além do sucesso comercial, conseguiu atrair uma legião de espectadores.

Não que se possa comparar o MMA ao boxe, mas o fato é que uma luta com tantos atrativos, contando com um ídolo mundial e um ídolo local, um combate aguardado há seis anos, tem todas as condições de se tornar a luta inesquecível.

Antes mesmo de confirmada já causa discussões em fóruns de todo o mundo. Sua concretização poderá inclusive, servir para o K-1 bater, novamente, o Pride no tradicional evento de fim de ano e soerguer a organização para junto das mais tradicionais do MMA.


Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba?????
http://www.youtube.com/watch?v=ydgNcxPd4q0

Rickson Gracie


Sempre que o nome de Rickson Gracie (11v– 0d –0e.), é citado no mundo do MMA causa polêmica. Se entre os praticantes de jiu-jitsu Rickson é o maior nome, comparado somente, pelos saudosistas a Rolls Gracie, no MMA sua longa inatividade (sua última luta foi a vitória sobre Masakatsu Funaki em 2000) e o largo desenvolvimento do esporte, o coloca em meio de fervorosas discussões.

Apesar de não se duvidar de seu valor nos tatames e das vitórias obtidas no início do MMA, Rickson fará 48 anos em 20/11 próximo, sendo inegável que a idade pesará no confronto, ainda que Kazushi Sakuraba também não seja um menino, tem dez anos a menos.

Outro fator contrário ao Gracie é o fato do vale tudo ter se desenvolvido muito após sua retirada em 2000. Os desafios de estilos que marcaram a fase romântica inicial do UFC, PRIDE, Japan Open, entre outros, não existem mais. Atualmente por mais especialista que seja um lutador, por maior supremacia que tenha em um estilo, o desconhecimento de outro o torna presa fácil. Com isso os lutadores passaram a treinar diversas modalidades, incluindo, obrigatoriamente, o jiu-jitsu, arte que a família Gracie mostrou ser indispensável para o esporte.

A favor de Rickson pesa sua genialidade, o fato de ser considerado o maior nome do jiu-jitsu de todos os tempos. Recentemente Paulão Filho (11v– 0d –0e.), um dos maiores nomes do MMA da atualidade, contribuiu para a aura de invencível que cerca Rickson. Neste ano Paulão incluiu um período de treino com Rickson e concluiu:
“Sempre soube que ele era excepcional, mas na verdade é que não podia imaginar quanto. Já treinei com todos os grandes nomes do Carlson, de todas as gerações. Todos excelentes. Alguns fenomenais. Não quero desmerecer ninguém, mas o que Rickson fez comigo ninguém nunca foi capaz de fazer” (ver. Gracie Magazine – maio 2006).

Para concluir sobre a aura sobre Rickson e sobre a luta, Wallid Ismail, histórico rival dos Gracies, disse recentemente: “O Rickson Gracie vai matar o Sakuraba”.

É só aguardar a, na opinião do blog, a mais emblemática de MMA até hoje.

A última luta no MMA contra Masakatsu Funaki - Colosseum 2000

Kazushi Sakuraba



Kazushi Sakuraba (19v– 9d–1e) também está na estrada há muito, tendo estreado no MMA em 1996 com uma derrota para Kimo Leopoldo. Apesar do mau início, Sakuraba, nascido em 14/07/68, construiu uma das mais sólidas carreiras, tendo crescido juntamente com o Pride, evento que lutou desde o segundo evento em 1998, se tornando o maior ídolo japonês no esporte.

Wrestler profissional sem maiores destaques, Sakuraba se juntou a Nobuhiko Takada em 1996 passando a se dedicar aos eventos de MMA. Sua fase mais expressiva ocorreu justamente com as sucessivas vitórias sobre a família Gracie (Royler – finalização, Royce – desistência, Renzo – finalização, Ryan – decisão).

Após três derrotas para Wanderlei Silva, Sakuraba surpreendeu todos ao passar um período de treinamento na Chute Boxe, antes de sua vitória, por nocaute, contra Ken Shamrock.
Apesar do orgulho brasileiro, da festa dos irmãos Rua no córner, o treinamento em Curitiba fez parte, também, de outra especialidade de Kazushi Sakuraba: o marketing... Antes de suas lutas, o Japonês costuma aprontar, tanto provocando, de forma sadia, o adversário, como fez contra Arona ao pintar seu corpo em alusão à definição muscular do brasileiro, como se fantasiar de policial ou pokemon sem suas entradas.

No ringue sua característica maior é manter a calma e o semblante como se estivesse iniciando a luta naquele momento, aguardando o monto exato para atacar.

A última luta – contra Ikuhisa Minowa - Pride Shockwave 2005
http://www.megaupload.com/?d=VA6YDPWH

20 maio 2006

Especial ALI - A lenda do boxe - parte I



(Medalhista de oura nas Olimpíadas de Roma/60)

Cassius Marcellus Clay nasceu em 17/01/42 em Louisville, Kentucky, sul dos Estados Unidos, e começou a treinar boxe aos 12 anos de idade, mesmo sem o apoio da família. Aos 18 anos, como meio pesado, Cassius Clay obteve a maior vitória que um esportista amador pode almejar: a medalha de oura nas olimpíadas de Roma em 1960.
Alçado ao profissionalismo logo em seguida, fez diversas lutas como peso pesado até se credenciar para desafiar, em 1964, o então temido campeão “Sonny" Liston (WBC). Após derrotar Sonny no sétimo round, Cassius Clay unificou os cinturões em 1967 ao derrotar o campeão da WBA Ernie Terrel.
No topo de sua carreira, envolve-se com membros da Nação do Islã, grupo liderado por Elijah Muhammad, cujo objetivo central era, em síntese, revidar a opressão do homem branco nos EUA. É neste grupo que se encontravam as mais expressivas manifestações negras nos anos sessenta, passando por Malcon X e os Panteras Negras (que subiram ao pódio nas olimpíadas de 68 com os punhos cerrados em protesto).
Assim como Malcon X (antes Malcon Little), Cassius Clay também adotou novo nome para renegar a influência branca de seus antepassados, passando a ser chamado, a partir de 67, de Muhammad ALI.
Não se limitou, contudo, a modificar o nome, e envolvido na luta da Nação do Islã criticou durante o Governo Americano pelas práticas racistas e se recusou a atender a convocação para a Guerra do Vietnam.
A atitude lhe rendeu um processo movido pelo exército, uma condenação de cinco anos de prisão, multa de U$10.000,00 e a perdas de seus títulos judiciais. Após recorrer da sentença, conseguiu, em 1970, a anulação da sentença pela Suprema Corte.

Especial ALI - A lenda do boxe - parte II

(na vitória sobre Foreman Ali reconquista, no Zaire, o título mundial)

No retorno aos ringues Ali já não tinha a mesma mobilidade de pernas que caracterizou sua nobre arte e que o tornou invencível. Após vencer algumas lutas, desafiou o campeão Joe Frazier (1970) e conheceu a derrota.
Desacreditado, foi novamente obrigado a enfrentar diversos lutadores até obter uma revanche contra Joe Frazier, que havia perdido há pouco tempo, o título para George Foreman. Com a vitória se habilitou para desafiar o invicto campeão George Foreman.
Negociada por milhões de dólares por Dom King (ele mesmo) com o Ditador do Zaire (atual Congo), a luta foi levada para a África e é, por muitos, considerada o maior embate ocorrido até hoje.
Idolatrado pelos africanos e sem a mobilidade que fez seu boxe o melhor de todos os tempos, Muhammad ALI ousou na estratégia ao desgastar George Foreman permitindo que este ficasse na ofensiva por quase toda a luta, sem, contudo, se ferir. No oitavo assalto uma seqüência de golpes derrubou o cansado Foreman e devolveu ao mito o cinturão de campeão mundial.
Novamente com o cinturão, Ali fez diversas defesas do título até ser surpreendido por Leon Spinks e ser novamente derrotado em 1978. Sete meses depois, porém, recupera o título derrotando o mesmo Spinks.
Afastado da Nação do Islã, assim como Malcon X que descobre a origem da opressão no sistema capitalista e não na cor da pele, aos 36 1981nos Ali passa a se dedicar mais ao Islamismo tradicional e causas políticas sem o extremismo dos anos 60
Pressionado por dificuldades financeiras, volta a lutar em 1981, P, mas é derrotado por Trevor Berbick e, com quase 40 anos, se aposenta.
Aos 42 anos os jornais anunciam que Ali fora internado com graves sintomas de mal de Parkinson, que, ao revés do que muitos dizem, não guarda relação com o esporte praticado, já que é uma doença degenerativa que causa tremores musculares e fraqueza e que atinge um a cada 200 pessoas sem distinção.
Em sua carreira Muhammad ALI disputou 61 lutas em 21 anos de atividade, recuperou o título três vezes (único a obter a façanha) e derrotou todos seus oponentes. Além de ser o maior boxeador que o mundo conheceu, Ali ainda teve a firmeza de acreditar em seus ideais, o que faz dele não um ídolo do esporte, mas de todos aqueles que acreditam ser necessário algo a mais.

Considerada a maior luta de boxe de todos os tempos: Ali x Foremanhttp://www.megaupload.com/?d=F8F7PKU1

Ouvidoria

Não funciona o link, não estão certas as informações... se for assim há conserto.

Aposta para o Mundial de 2006

(na foto o armlock da decisão do absoluto de 2004)
Após o domínio de Márcio “Pé-de-Pano” nos tatames, o jiu-jitsu passa por momentos de ricas rivalidades, onde vários lutadores conseguem vitórias importantes, mesmo não conseguindo convencer todos de sua superioridade.

Nem mesmo o fenômeno Ronaldo Jacaré, bi-campeão mundial absoluto, consegue a unanimidade.
Outros atletas também tiveram, nestes últimos três anos, momentos de glória, como Gabriel Napão vencendo o black belt dos pesados, Margarida que, mesmo derrotado por Jacaré na decisão, mostrou boa forma na Copa do Mundo e na vitória sobre Pé de Pano (em 2005); Xande Ribeiro, vencedor no peso no Pan-americano de 2006 e da Copa do Brasil em 2004.

O equilíbrio dos últimos anos, contudo, se encontra prestes a ser quebrado.

Estimulado tanto pelas vitórias obtidas como, principalmente, por derrotas que não deveriam ter saído de suas mãos, acredito que Roger Gracie vá estabelecer em futuro próximo uma hegemonia nos tatames.
Acostumado com vitórias em todas as faixas, Roger já despontava com um lutador de destaque na marrom, quando venceu o mundial absoluto sobre Ronaldo Jacaré e o campeonato brasileiro por equipes, este lutando contra pretas.

Já em seu primeiro mundial na preta, Roger perdeu o título para o então imbatível Márcio “Pé-de-Pano”
Nos dois anos seguintes vieram as amargas derrotas para o já tradicional rival Ronaldo Jacaré. Sem desmerecer o fenômeno manaura, que se mostrou um guerreiro na primeira luta e um estrategista na segunda, o fato é que em ambas as lutas a derrota veio por questão de interpretação

Na primeira, 2004, após uma luta equilibrada, o armlock aplicado pelo Gracie poderia ilustrar um manual de jiu-jitsu, mas o Guerreiro Jacaré não bateu. A seqüência da luta, contudo, deixou marcas de controvérsia. Sem um braço, lesionado pelo golpe, Jacaré passou a fugir abertamente da luta. O juiz Fredson Alves, contudo, tratou a atitude com um procedimento normal, advertindo verbalmente, depois outras duas vezes formalmente e, quando daria a terceira advertência formal e desclassificaria o atleta, o tempo da luta acabou. Vitória de Ronaldo Jacaré.
Não questiono, como muitos, a necessidade de paralisação da luta, já que o próprio atleta admitia ter condições de continuar, mas o fato é que Jacaré não lutou, apenas fugiu. Não havia necessidade de dar cartão amarelo para depois expulsar. Não há argumentos que me convençam a aceitar a atitude do fraco Juiz Fredson Alves a permitir que, após o armlock, determinou o recomeço da luta no chão mas teve sua autoridade ignorada pelo lesionado Jacaré. Recomeçada a luta em pé, foram 40 segundos, aproximadamente, de pique pega.

A polêmica decisão do mundial absoluto de 2004
http://rapidshare.de/files/9350670/roger_e_jacare_final_de_2004.avi.html


No ano seguinte, apesar da brilhante estratégia de Ronaldo Jacaré, os dois pontos que definiram a luta vieram de uma projeção da queda, já que esta não ocorreu, pois somente seria concretizada se a placa de publicidade não impedisse o golpe.
As derrotas particulares foram vingadas no Europeu de 2005 e no ADCC/05, ambas com vitória de Roger sobre o mesmo rival.

A decisão do ADCC de 2005
http://rapidshare.de/files/4040134/adcc_RogerXJacar_.wmv.html

Europeu de 2005
http://www.subfighter.com/modules.php?name...yBKYWNhcmUuZmx2
Na última faixa, além de Jacaré e Pé-de-Pano, apenas Xande Ribeiro venceu o Gracie (na decisão do peso do Pan/06), mas esta também foi vingada no absoluto, quando o atleta da Gracie Barra aplicou um sensacional triangulo finalizando o embate.

Para ver a final do absoluto no Pan./06
http://www.bjj.eu.com/index.php?option=com_content&task=view&id=202&Itemid=46


A adoção de novos procedimentos para o mundial de 2006 com a adoção de três árbitros, tendência a ser seguida para outras competições, impedirá que outras decisões subjetivas ocorram e facilitaram o jogo cadenciado, mas criativo, de Roger Gracie.

Lancei os dados, agora é só aguardar o mundial.
ps: editado em 21/05/06 para corrigir informação sobre o juiz da decisão de 2004, já que foi Fredson Alves e não Fredson Paixão.

Vlw Anônimo.

17 abril 2006

Caiu a máscara!


Após duas lutas onde venceu de forma insofismável, o mundo do MMA pode conhecer a fragilidade de Márcio Pé-de-Pano Cruz, bi-campeão mundial absoluto de jiu-jitsu e o último a dominar os tatames sem oposição.
Não há incoerência na informação, uma vez que mesmo vencendo suas primeiras lutas por finalização e nocaute, Pé-de-Pano (2v. 1d. 0e.) sempre demonstrou um boxe cômico, quedas ineficientes e pouco variedade de chutes. Nas duas lutas, contudo, havia compensado as deficiências com o excelente jiu-jitsu.
Contra Monson (21v. – 5d. – 0e.), também excelente no submission, todas as fragilidades denunciadas nas lutas anteriores voltaram à tona.
Na trocação os jabs de Márcio Cruz não fizeram qualquer efeito, enquanto Jeff Monson chegou a derrubar o brasileiro com um dos vários jabs no alvo. À favor de Márcio Cruz poderia se pugnar pelos bons chutes baixos, mas a ausência de variedade (fora este só tentou um frontal) os tornaram fáceis de defender, tendo Monson, inclusive, derrubado o Brasileiro em um deles.
As quedas, que em outras lutas do Pé havia sido um ponto a ser melhorado, desta vez foram um desastre. O Brasileiro não conseguiu nem uma vez cair por cima, enquanto o Americano diversas vezes obteve a vantagem pela posição.
Para piorar, parece que o UFC, ao menos nesta luta, não quer trabalho de chão. Todas as vezes que Márcio Cruz fechava a guarda, posição em que é o melhor do mundo, o Juiz mandava reiniciar a luta em pé.
A derrota acende um novo alerta para Pé-de-Pano, já que Monson também não é um especialista na trocação. Se não melhorar seu boxe e suas quedas, Márcio Pé-de-Pano Cruz poderá encontrar sua vez de ser nocauteado em muito breve.
Para ver a luta no UFC 59

13 abril 2006

Grande luta?


Que nosso Dom Oscar Maroni tenta ser o Larry Flynt tupiniquim ninguém tem dúvidas, o próprio admite sua admiração pelo empresário do sexo americano, que foi tema do bom filme “O Povo contra Larry Flint”.
As dúvidas surgem, contudo, com a realização do Show Figth, já considerado, junto com o Jungle Figth, um dos dois melhores eventos de MMA do Brasil depois que o Meca deixou de ser realizado.
Até aqui somente aplausos, tanto pelo evento como por agitar o MMA em uma das maiores metrópoles do mundo (São Paulo). Mas a inclusão de lutas de “telecatch” entre mulheres somente possui o condão de fazer propagando sexual, e por conseguinte dos negócios de Dom Oscar que é proprietário da Casa Bahamas, uma espécie de disneylândia do sexo, localizada em São Paulo.
No Show Figth III ao menos colocou uma luta “séria” (ao menos aparentemente) entre modelos, a Bandida do Amor contra a Mulher Samambaia (a da foto acima, reconheceu?).
Fica a pergunta se a atitude não compromete a credibilidade do evento.
De qualquer forma vale a pena conferir:
http://rapidshare.de/files/17692480/Mulher...o_Amor.wmv.html

Novo Herói

Em tempos que a DSE/Pride procura valorizar os leves, onde possuem mais lutadores com chances de vitórias, criando não só o Pride Bushido como os cinturões da categoria dos light weight (peso leve) e welterweight (peso médio), o Brasil acha seu novo herói. Depois de colocar o invencível Gomi pra dormir, começam a chegar as informações sobre quem é Marcus “Máximus” Aurélio.

Na decisão do Pan-americano de jiu-jitsu em 1997 contra Royler Gracie.
http://www.megaupload.com/?d=5MT8ILZ6

Contra Monson (essa é boa)
http://youtube.com/watch?v=fK8mhiSza0c&search=jeff%20monson

06 abril 2006

O Grande Golpe


Instante decisivo da luta entre Marcus “Maximus” Aurélio e Talanori Gomi, captado pelas lentes sempre atentas de Susumo Nagao O Brasileiro não só havia escapado, há segundos, de um forte gancho de esquerda, que passou perto, como conseguiu a queda que lhe deu o controle do combate.
Não bastasse ter saído ileso do golpe forte do Japonês, Marcus Aurélio o pegou desprevenido e não se defendendo da queda. O resultado foi ter a luta no chão e com a meia-guarda. Depois foi só esperar a hora de por pra dormir.

04 abril 2006

Pride Bushido 10

Marcus "Maximus" Aurelio

Ao percorrer a história não é difícil encontrar heróis cujos feitos se limitam a destronar grandes guerreiros que, até prova em contrário, são invencíveis. Assim Salazar comandou seu exército na então inacreditável conquista de Constantinopla, mas não deixou ao mundo outra razão para ser lembrado.
No esporte também encontramos nossos heróis. Ninguém se esquece de James “Buster” Douglas derrubando o então invencível Mike Tyson. A fama não durou, porém, mais do que os quinze minutos regulamentares.
O último Pride Bushido ajudou a escrever mais um capítulo das façanhas heróicas. Escalado para lutar com o Garoto de Ouro Takanori Gomi (24 v. – 3 d. – 0 e. -invicto no Pride, com dez vitórias consecutivas e há dois anos sem perder), Marcus “Máximus” Aurélio (14v. 2 d. 0 e.) parecia ser apenas mais um a pavimentar a sólida carreira do ídolo japonês.
Iniciado o combate, contudo, a postura do Lutador brasileiro já surpreendeu. Ao invés de demonstrar a intenção, óbvia, de levar a luta ao chão, Marcus fechou a guarda alta e ameaçou trocar com o Japonês.
Não demorou, porém, o sólido boxe de Takanori Gomi prevalecer e encurralar Marcus Aurélio no canto do ringue. Como em toda boa batalha, o Brasileiro contou com a sorte, já que no exato instante que ataca as pernas de Gomi, este desferiu um violento cruzado em direção à cabeça, já baixa, de Marcus.
Além de escapar do golpe, certamente fatal, M. Aurélio derrubou o oponente que não estava se defendendo da queda. O resultado foi não só a queda como a meia-guarda. A partir de então o Brasileiro socava o suficiente para o juiz não determinar o retorno da luta em pé, até que encaixou um katagatame sem pressão, permitindo a fuga do adversário.
Mesmo repondo a guarda, Takanori Gomi não conseguiu se livrar do castigo. Em uma tentativa precipitada de raspar, Marcus Aurélio encaixou outro Katagame. Com o golpe bem encaixado, bastou dar pressão e esperar o Garoto de Ouro dormir.
Vitória incontestável. Agora é esperar para ver se Marcus “Máximus” Aurélio desaparece no decorrer da história ou se fará jus à alcunha lhe dada pelo site sherdog.com.

para ver luta de Marcus Aurélio:
http://www.megaupload.com/pt/?d=BHAH2WT9


Sem a surpresa no resultado, mas surpreendente o decorrer da luta foi o combate entre Murilo Ninja (Chute Boxe – 11 v. – 6 d. – 1 e.) e Paulão Filho (Brazilian Top Team - 11 v. – 0 d. – 0 e.). Afora as provocações “marqueteiras,“ se esperava um combate mais equilibrado, já que o atleta da BTT vem de grande fase e o Chute Boxer já havia provado na luta contra o excelente chão de José Mário Sperry. A luta, porém, foi um passeio. Paulão Filho socou melhor, derrubou melhor, montou melhor, amassou melhor. No único momento em que Murilo Rua mostrou alguma competência foi ao impedir que Paulão, já montado, tivesse tranqüilidade para massacrar. Só faltou ao atleta da BTT mais atitude para finalizar. Ao contrário, em momento algum rifou sua posição para a finalização.

Para ver a luta Paulão x Ninja:
http://www.megaupload.com/pt/?d=NPSGXBW2


Terminando o post vai um breve comentário da luta de Luiz Azeredo CB 10 v. – 6 d. – 0 e.). Lutador de potencial, carismático, Azeredo acreditou na lorota contada pela Chute Boxe e vai pra cima, vai pro show. Realmente, suas lutas são boas, mas sempre o expõe a nocautes clássicos. Vacilou na frente de Joachim Hansen (14 v. - 4 d.– 1 e.) e ficou esticado mais cedo que esperava.

Para ver a luta do Azeredo:
http://www.megaupload.com/pt/?d=1VSF9BDF

18 março 2006

Ju-Jitsu x Gracie Jiu-Jitsu x Brazilian Jiu-Jitsu - Parte I

(foto - Jigoro Kano ensinando Conde Koma)


Uma das questões que mais intrigam os curiosos na história do jiu-jitsu é a diferença entre o brazilian jiu-jitsu e o jiu-jitsu tradicional. Mesmo não tendo uma resposta definitiva, as pesquisas me indicam um caminho que, embora falte muito a percorrer, traçam algumas diferenciações.

O início do JJ é na verdade difícil de precisar, já que na antiguidade o combate corporal ultrapassava a acepção esportiva dos dias de hoje, constituindo na verdade um instrumento de sobrevivência.
A partir daí as lendas contam que os monges chineses, proibidos de portar armas, desenvolveram diversas técnicas de combate a possibilitar desarmar, ferir ou mesmo matar o adversário.
Decorrido algum tempo, impossível precisar o lapso exato, alguns monges chineses tiveram contato com samurais japoneses. Maravilhados com as técnicas demonstradas, os samurais passaram treinar, desenvolver e a difundir a luta aprendida, agora denominada JU (suavidade, gentileza) JITSU (técnica).

No final do século 19, por volta de 1882, Jigoro Kano fundou o Instituto Kodokan, destinado à educação física, treinamento moral e competição. Jigoro Kano era praticante de diversas modalidades marciais, mas teve como intenção dar maior ênfase ao treinamento intelectual e cultura moral, fazendo da luta não só uma arte marcial, mas também um modo de vida.

Nessa filosofia o nome JU (suavidade, gentileza) JITSU (arte, técnica) foi modificado para JUDO, já que o sufixo DO, caminho, espelha melhor a nova filosofia empregada. Desta forma, o judô passou a ter contornos extramente filosóficos, significando a utilização do treinamento marcial para o desenvolvimento intelectual e moral, tendo como objetivo último construir a perfeição humana e beneficiar o mundo.

Ju-Jitsu x Gracie Jiu-Jitsu x Brazilian Jiu-Jitsu - Parte II


(Comitiva do Instituto Kodokan)

Nos anos seguintes o Instituto Kodokan passou a difundir o judô, fazendo com que, no início do século XX, Mitsuyo Maeda (apelidado de Conde Koma devido ao seu semblante sempre tristonho) formasse uma comitiva para viajar pelo mundo. Após passar por vários países, chegaram a Porto Alegre, vindo do Uruguai. Apresentaram-se em diversos locais (Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Recife, São Luís, Belém) até chegar a Manaus.

Com o boom do ciclo da borracha, as apresentações do Conde Koma foram recheadas de apostas milionárias e, em 1916, se realizou o primeiro campeonato (amazonense) de ju-jitsu.

Apesar da finalidade de difundir o Judô, as apresentações de Mitsuyo Maeda acabavam por impressionar pela eficiência (foi derrotado apenas uma vez por Sanshiro Satake, também membro da comitiva do Instituto Kodokan), não se fixando nos locais para a difusão mais completa da filosofia.

Em 1917, após breve passagem pela Inglaterra, Conde Koma retorna ao Brasil, em Belém, onde se apresenta em no “American Circus” e conhece Gastão Gracie, passando a ensinar o ju-jitsu e a filosofia da arte marcial a seus a seus filhos Carlos e Hélio.

Ju-Jitsu x Gracie Jiu-Jitsu x Brazilian Jiu-Jitsu - Parte IV


(foto - Carlson e seu irmão Rolls Gracie)



A derrota de Hélio Gracie, então com 43 anos, põe termo a um era, fazendo surgiu outro mito da família, Carlson Gracie, então o único com idade para desafiar Waldemar Santana.
Após vingar a derrota do Tio, Carlson continua a saga desafiando outros lutadores com intuito de promover a supremacia do JJ.
A necessidade de ganhar dinheiro, porém, faz o novo Mestre se separar de Carlos e Hélio Gracie para abrir uma academia própria, por volta de 1960.
Com o passar dos anos e com o JJ mais difundido, os desafios entre academias da mesma modalidade começam a surgir, inclusive alguns campeonatos. Carlson Gracie passa, então, a visar à vitória contra as outras modalidades e contra o próprio JJ nos escassos campeonatos do final dos anos 60 e início dos anos 70.

Quando é criada a Federação de Jiu-Jitsu do Rio de Janeiro, por Robson Gracie, o brazilian jiu-jitsu é moldado pelas mãos e filosofia de Carlson Gracie, que visava principalmente às vitórias nos campeonatos, que se tornavam cada vez mais populares.
Assim a Carlson Gracie Tean se torna imbatível por mais de vinte anos, formando lutadores especialistas em guarda, como De La Riva, e passadores, como Amaury Bitetti.

O lutador completo que tinha como objetivo a defesa pessoal cede lugar ao competidor, cujas habilidades visavam unicamente o lugar mais alto do podium.

Com a organização da modalidade, o brazilian jiu-jitsu se impõe sobre o Gracie jiu-jitsu, fazendo, inclusive, parte da família, capitaneados pelo Mestre Hélio Gracie, renegar o atual JJ e criar campeonatos que resgatem o romantismo de antes, como o 1º Aberto da Federação Internacional de Gracie Jiu-Jitsu na Califórnia (organizado por Rorion Gracie, o mesmo que criou o UFC).

O pragmatismo dos mundiais e a divulgação mundial do JJ por Royce e Rickson, porém, parece ter sepultado o idealismo de outrora, valendo, cada vez mais, utilizar os meios para a vitória nos campeonatos. Como reflexo desta modificação pode se constatar, além de lutas amarradas em campeonatos, a ausência da consciência moral e filosófica em grande parte das academias, onde se aprende técnica, contagem de pontos e macetes para a vitória em campeonatos.

A breve pesquisa feita, portanto, não coloca a existência do Ju-Jitsu, Gracie Jiu-Jitsu e brazilian Jiu-Jitsu como modalidades concomitantes, mas como fases do desenvolvimento de uma modalidade ainda nova e que ainda tem muito a aprender.

Ou não é assim?
Momento marcante do JJ, o desafio de Wallid Ismail e Royce Gracie (contribuição de Anonymous)

07 março 2006

Clássicos


Que vale tudo rima com rap e rock não é novidade, mas boa música e criatividade sempre têm seu espaço.

Vale a pena ouvir esses nocautes clássicos embalados pela música clássica.

http://www.youtube.com/watch?v=3L0txR_XuQQ&search=Pride

05 março 2006

CBJJ - hora de mudar


Há muito tenho repetido que, apesar do bom trabalho feito pela CBJJ no início da organização do esporte, já é hora de mudanças. Não nego a importância da eterna gestão do Carlinhos Gracie frente à maior organização do JJ do mundo. Foi com ele à frente da CBJJ que a modalidade se organizou e, principalmente, deu ao mundo os parâmetros para sua prática. Desta forma se impediu que o JJ ganhasse, em cada país ou região, contornos próprios, com regras separadas, o que implicaria, fatalmente, no arrefecimento do JJ.
Ocorre, contudo, que nos últimos anos a CBJJ passou a ser feudo de alguns, servindo muito mais para garantir o espaço conquistado do que para ajudar o esporte a crescer.
Não há argumentos que me faça perdoar a ausência de uma ampla campanha em todo o Brasil, movimentando cada academia, para incluir o jiu-jitsu no pan-americano de 2007, ainda que como esporte de exibição.
Muitos países já conseguiram incluir esportes mais esdrúxulos nas olimpíadas, como aquela tal de curling em que alguém joga uma panela e outros dois varrem o gelo para a panela escorregar mais rápido ou devagar. Recentemente ouvi na transmissão (na spor ttv, não me lembro o comentarista) dos Jogos Olímpicos de Turim 2006 que se houvessem os jogos olímpicos de praia o “esquibunda” estaria bem cotado para ser uma modalidade olímpica.
Pois é, pode parecer incrível, mas já incluíram “esquibunda” em jogos fictícios mas ninguém, na grande mídia, menciona a inclusão de um esporte que se propaga mundialmente nos Jogos Pan-Americanos de 2007, logo estes, realizados na meca do jiu-jitsu. Erro fatal.
É por isso que vejo com certa satisfação o artigo escrito por Reila Gracie, publicado no Jornal do Brasil em 13/08/05, mostrando-se insatisfeita com os rumos da CBJJ.
Com a palavra Reila Gracie (na foto acima cuidando de seu filho Roger no mundial):

"Jornal do Brasil - RJ13/08/2005 - 08:12

O sonho olímpico
O jiu-jítsu é o esporte individual brasileiro com mais penetração no exterior. Hoje o número de adeptos mundo afora é incalculável
Reila Gracie
Com o reconhecimento oficial e a legalização da Federação Carioca de Jiu-jítsu, em 1973, o jiu-jítsu se transformou oficialmente em esporte. Este advento representou para Carlos Gracie, meu pai, a realização de um sonho acalentado ao longo de sua vida: o de tornar o jiu-jítsu esporte para inseri-lo na formação educacional da juventude brasileira de maneira mais eficaz e abrangente. Como fez Gigoro Kano no Japão, no início do século 20, quando integrou o judô ao sistema educacional japonês. Como esporte, além da função educacional, o jiu-jítsu brasileiro ainda permitiria aos atletas sonharem com o pódio olímpico, considerado o mais elevado do mundo esportivo.
Com a realização do primeiro campeonato mundial de jiu-jítsu pela Confederação Brasileira de Jiu-Jítsu (CBJJ), em 1995, e os campeonatos pan-americanos, realizados nos Estados Unidos, o jiu-jítsu parecia ter ingressado na maturidade profissional, tornando o sonho olímpico mais próximo e real. Dez anos depois, entretanto, constatamos que, ao priorizar outros objetivos, a CBJJ não conseguiu sequer inserir o jiu-jítsu como esporte de exibição nos Jogos Pan-Americanos de 2007, cuja cidade sede será o Rio de Janeiro, considerada mundialmente a meca deste esporte.

O jiu-jítsu é o esporte individual brasileiro com mais penetração no exterior. Hoje o número de adeptos mundo afora é incalculável. É citado em grandes produções cinematográficas e incluído em diversos documentários realizados sobre lutas e artes marciais no estrangeiro. Nos últimos cinco anos, o interesse pelo jiu-jítsu no exterior só vem aumentando, enquanto, inversamente, o seu prestígio no Brasil diminui a cada ano.
Para entender essa contradição é importante relacioná-la ao fato de a CBJJ, a instituição mais elevada do jiu-jítsu, ter deixado de ver os Jogos Olímpicos como uma meta a ser alcançada. Para participar dos Jogos Olímpicos, o Comitê Olímpico Brasileiro e o Internacional exigem um nível de rigor de organização e postura profissional que a CBJJ vem demonstrando estar longe de possuir e querer conquistar. Uma prova recente foi o último campeonato mundial realizado no final do mês passado com participação de cerca de 1.400 atletas e um público cada vez maior. O que se viu foram atletas amadurecidos que investiram alto em suas carreiras, enquanto a CBJJ produziu um evento amador e desestruturado, com árbitros desqualificados e num local que há muito tempo já não oferece condições de abrigar tanta gente. O prejuízo que a falta de profissionalismo institucional acarreta ao esporte é enorme, pois compromete a credibilidade das competições e induz, inevitavelmente, os atletas de ponta a buscarem, precocemente, no Vale-Tudo, uma perspectiva e retorno profissional que a carreira esportiva não lhes pode proporcionar. Agora é um outro momento e urge um novo salto de qualidade, retomando e revigorando o projeto de levar o jiu-jítsu brasileiro ao pódio olímpico. Os praticantes e amantes do esporte precisam unir-se em torno desse sonho, pois o jiu-jítsu tem engrandecido o país no mundo inteiro e, com certeza, como esporte olímpico trará muitas medalhas para o para o Brasil."

Business



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Shogum x Coleman - Incoerência?


Após a confusa e acidentada luta do último campeão do GP dos médios, Maurício Shogum, com o campeão do 1º GP, Mark Coleman, tenho recebido algumas críticas, em outros fóruns, protestando por coerência.
O motivo está no fato de eu ter criticado com veemência as atitudes de Drago e Gomi em lutas passadas, quando ambos impuseram a seus adversários lesões desnecessárias, já que estes se encontravam batidos. Neste próprio blog foi aberto um post pedindo mais coerência à revista Tatame, que apesar de lançar a bela campanha “sou da paz” não mantinha o mesmo objetivo no campo editorial.
Voltando ao desafio dos campões, porém, não consigo ver a mesma deslealdade das lutas anteriormente citadas (Gomi e Drago), mas apenas uma série lamentável de incidentes pertinentes a um esporte cujo stress é intrínseco.

Após o Coleman derrubar Shogum, que vinha bem na luta que acabara de iniciar, este fere o braço ao cair de mau jeito (é visível a contusão). No calor da luta Coleman, que estava no chão, o que dificultava sua visão da queda, vai para cima de Shogum a fim de aproveitar a posição vantajosa.
O Juiz, contudo, percebe a contusão e pula no entre os lutadores (mérito para o juiz que agiu rápido). Coleman não entendendo direito o que ocorria tenta se desvencilhar, mas somente quando o Juiz agarra sua perna é que percebe o final inesperado da luta, já que a queda aplicada foi extremamente simples e a contusão uma fatalidade.
Neste ínterim, porém, Murilo Ninja já havia entrado no ringue preocupado com o irmão e vendo a reação ainda raivosa (normal de uma luta) do Coleman parte para cima deste, de forma tímida, para tirar satisfação.
Depois disso foi só barraco. Wanderlei Silva também entra no ringue e acaba levando uma queda do Phil Baroni (dizem que foi a única baiana que ele aplicou na vida), no meio da turma do deixa disso.
Sinceramente, não vi deslealdade na luta, mas apenas uma sucessão de desentendimentos de pessoas com os nervos à flor da pele. O que foi lamentável é a troca de socos na confusão. No 2º vídeo abaixo, filmado por alguém na torcida, da pra ver o Coleman dando dois socos no Wanderlei.
Nada, porém, que uma punição (desconto na bolsa) da DSE para o Wanderlei, Murilo, Coleman e Phil não sirva para os esquentadinhos pensarem melhor da próxima vez.
Há não ser que haja a intenção da publicidade criando uma nova rixa entre equipes...


Para ver a luta e parte da treta:

http://www.youtube.com/watch?v=SZvr2CxKqfw&search=mark%20coleman%20shogun