20 maio 2006

Aposta para o Mundial de 2006

(na foto o armlock da decisão do absoluto de 2004)
Após o domínio de Márcio “Pé-de-Pano” nos tatames, o jiu-jitsu passa por momentos de ricas rivalidades, onde vários lutadores conseguem vitórias importantes, mesmo não conseguindo convencer todos de sua superioridade.

Nem mesmo o fenômeno Ronaldo Jacaré, bi-campeão mundial absoluto, consegue a unanimidade.
Outros atletas também tiveram, nestes últimos três anos, momentos de glória, como Gabriel Napão vencendo o black belt dos pesados, Margarida que, mesmo derrotado por Jacaré na decisão, mostrou boa forma na Copa do Mundo e na vitória sobre Pé de Pano (em 2005); Xande Ribeiro, vencedor no peso no Pan-americano de 2006 e da Copa do Brasil em 2004.

O equilíbrio dos últimos anos, contudo, se encontra prestes a ser quebrado.

Estimulado tanto pelas vitórias obtidas como, principalmente, por derrotas que não deveriam ter saído de suas mãos, acredito que Roger Gracie vá estabelecer em futuro próximo uma hegemonia nos tatames.
Acostumado com vitórias em todas as faixas, Roger já despontava com um lutador de destaque na marrom, quando venceu o mundial absoluto sobre Ronaldo Jacaré e o campeonato brasileiro por equipes, este lutando contra pretas.

Já em seu primeiro mundial na preta, Roger perdeu o título para o então imbatível Márcio “Pé-de-Pano”
Nos dois anos seguintes vieram as amargas derrotas para o já tradicional rival Ronaldo Jacaré. Sem desmerecer o fenômeno manaura, que se mostrou um guerreiro na primeira luta e um estrategista na segunda, o fato é que em ambas as lutas a derrota veio por questão de interpretação

Na primeira, 2004, após uma luta equilibrada, o armlock aplicado pelo Gracie poderia ilustrar um manual de jiu-jitsu, mas o Guerreiro Jacaré não bateu. A seqüência da luta, contudo, deixou marcas de controvérsia. Sem um braço, lesionado pelo golpe, Jacaré passou a fugir abertamente da luta. O juiz Fredson Alves, contudo, tratou a atitude com um procedimento normal, advertindo verbalmente, depois outras duas vezes formalmente e, quando daria a terceira advertência formal e desclassificaria o atleta, o tempo da luta acabou. Vitória de Ronaldo Jacaré.
Não questiono, como muitos, a necessidade de paralisação da luta, já que o próprio atleta admitia ter condições de continuar, mas o fato é que Jacaré não lutou, apenas fugiu. Não havia necessidade de dar cartão amarelo para depois expulsar. Não há argumentos que me convençam a aceitar a atitude do fraco Juiz Fredson Alves a permitir que, após o armlock, determinou o recomeço da luta no chão mas teve sua autoridade ignorada pelo lesionado Jacaré. Recomeçada a luta em pé, foram 40 segundos, aproximadamente, de pique pega.

A polêmica decisão do mundial absoluto de 2004
http://rapidshare.de/files/9350670/roger_e_jacare_final_de_2004.avi.html


No ano seguinte, apesar da brilhante estratégia de Ronaldo Jacaré, os dois pontos que definiram a luta vieram de uma projeção da queda, já que esta não ocorreu, pois somente seria concretizada se a placa de publicidade não impedisse o golpe.
As derrotas particulares foram vingadas no Europeu de 2005 e no ADCC/05, ambas com vitória de Roger sobre o mesmo rival.

A decisão do ADCC de 2005
http://rapidshare.de/files/4040134/adcc_RogerXJacar_.wmv.html

Europeu de 2005
http://www.subfighter.com/modules.php?name...yBKYWNhcmUuZmx2
Na última faixa, além de Jacaré e Pé-de-Pano, apenas Xande Ribeiro venceu o Gracie (na decisão do peso do Pan/06), mas esta também foi vingada no absoluto, quando o atleta da Gracie Barra aplicou um sensacional triangulo finalizando o embate.

Para ver a final do absoluto no Pan./06
http://www.bjj.eu.com/index.php?option=com_content&task=view&id=202&Itemid=46


A adoção de novos procedimentos para o mundial de 2006 com a adoção de três árbitros, tendência a ser seguida para outras competições, impedirá que outras decisões subjetivas ocorram e facilitaram o jogo cadenciado, mas criativo, de Roger Gracie.

Lancei os dados, agora é só aguardar o mundial.
ps: editado em 21/05/06 para corrigir informação sobre o juiz da decisão de 2004, já que foi Fredson Alves e não Fredson Paixão.

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