07 agosto 2007
Quem é Gabriel "Napão" - I
Quem é Gabriel "Napão" - II
Quando começava a ganhar maior visibilidade, porém, foi derrotado por Fabrício Werdum no Jungle Fight 1 (setembro/03), em uma luta onde teve sua sensível vantagem no chão anulada pela orientação de Wallid Ismail (promotor do evento) para que a luta fosse movimentada. O combate foi interrompido pelo juiz quando Werdum castigava Napão com socos de dentro da guarda.
Em 2003 foi realizado o II Desafio Black Belt, com produção impecável, jamais vista para lutas de jiu-jitsu. Napão venceu um combate que não empolgou, mas deixou, na entrevista que antecedeu a luta, e mostrada nos telões, uma frase profética que o tiraria do lugar comum anos depois. Perguntado qual seria seu ponto forte, Gabriel Gonzaga respondeu um tanto indeciso: “Eu não sei se tenho ponto forte. Dizem que é meu ataque no braço de dentro da guarda, mas eu não sei. Luto conforme o adversário luta. Se ele vai lutar na guarda, eu vou passar, senão eu fico na guarda. Se ele luta em pé, eu luto em pé”.
Em outras duas ocasiões, pelo menos, a veracidade da resposta pode ser confirmada. No GP Black Belt 2004, em Maresias, Napão fez a segunda luta, após vencer o Leonardo Leite, contra Márcio Pé-de-Pano. Disputando o prêmio recorde, no jiu-jitsu, de R$10.000,00, além do cinturão, permitiu que o Pé-de-Pano o chamasse para seu jogo de guarda logo no início da luta. Após conseguir uma contestada passagem de guarda, Gabriel Gonzaga passou maus bocados no final da luta, quando Pé-de-Pano encaixou um justíssimo triângulo. Salvo pelo gongo, Napão levantou-se com a ajuda de Danny Abu, que correu para garantir que seu companheiro da Gold Team não caísse em sono profundo. Apesar dos protestos, Napão foi para a final e venceu Tozzi sagrando-se campeão.
Em 2005, na decisão da Copa do Mundo (pesadíssimo) contra Leonardo Leite, então membro da seleção brasileira de Judô, Napão o encarou em pé durante grande parte da luta, somente tentando mudar a estratégia quando ficou em desvantagem no placar. Mas não surtiu efeito e foi vice-campeão.
A partir de 2004 seus resultados começaram a se tornar mais expressivos. Além do GP, foi campeão do Submission wrestling (até 105kg) em Campos dos Goytacases e São João da Barra.
Em 2005 venceu a seletiva brasileira do ADCC e ficou com o vice campeonato na categoria acima de 99 Kg (derrotado pelo Jeff Monson no único revés brasileiro nas decisões).
Em 2006 finalmente consegue, segundo sua própria definição, um objetivo de vida ao sagrar-se campeão mundial de jiu-jitsu pela CBJJ e da copa do mundo pela CBJJO, ambos na categoria pesadíssimo.
Quem é Gabriel "Napão" - III
Com a ida do Macaco para a Chute Boxe, a possibilidade de Napão se integrar a uma grande equipe de MMA quase se concretizou, mas, segundo foi dito na época, problemas financeiros o impediram de abandonar sua academia em São Paulo para se dedicar totalmente à equipe Curitibana. Mesmo sem se integrar totalmente, passou a lapidar sua trocação na CB e a ter como segundo o próprio Rudimar Fedrigo.
Em maio de 2006 surge a grande oportunidade. Fechando um contrato de 5 lutas, Napão faz sua estréia, representando a CB, contra Kevin Jordan no UFC 56. O início da caminhada, contudo, não foi o esperado, sendo que sua apresentação na octagon foi salva apenas por um único golpe.
Apesar do nocaute, com um, vamos lá, soco voador, foi certamente uma das piores lutas vistas no UFC, fazendo com que o público vaiasse insistentemente os dois lutadores. Muito lento, sem conseguir levar a luta para o chão e com apenas um momento de brilho (que por sinal nocauteou o adversário), a luta fez um grande parte da torcida desacreditar no seu futuro.
Dias depois da luta, porém, surgiu a notícia de que Napão passava por um momento pessoal difícil com a gravidez de alto risco de sua esposa, que teve gêmeos, vindo uma das crianças a falecer.
Em maio nova chance contra o também brasileiro Fabiano Pega-leve, mas o combate também não empolgou em outra luta norma. A terceira vitória em solo americano, sobre Carmelo Marrero, fez finalmente a torcida acreditar mais em seu jogo.
As doses de Chute Boxe e sua mudança para a Califórnia, passando a se dedicar integralmente ao MMA, porém, não foram suficientes para que a grande maioria não se rendesse ao óbvio: com a contratação de Mirko Cro Cop pelo UFC e sua escalação como o próximo adversário do brasileiro, a bola de cristal não previa bons momentos para o brasileiro.
Diante da surpresa de todos, fez-se valer a sinceridade profetizada anos antes. Lutando conforme o adversário luta, Napão protagonizou um dos mais belos head kick do MMA.
Alçado à condição de favorito na disputa do cinturão contra Randy Couture, com sua própria equipe (Team Link), resta saber como a nova estrela do MMA nacional vai se comportar no octagon em sua última luta contratada.
04 fevereiro 2007
Especial Rolls Gracie - I
(Rolls; Relson; Rorion e Rickson)
NASCIMENTO DE UM MITO
Em 28 de março de 1951 Mestre Carlos Gracie dava prosseguimento a sua numerosa família com o nascimento de Rolls Gracie. Com disposição de não desperdiçar energia com o sexo sem a finalidade de reprodução, polêmica filosofia que seguia, Mestre Carlos Gracie teve sete casamentos (três formais e quatro informais), trazendo-lhe inacreditáveis 21 filhos[1].
O que já tornava o garoto Rolls diferente dos demais irmãos era o fato de ser o único filho advindo de uma relação extraconjugal, já que sua Mãe (Claudia) o concebeu enquanto Mestre Carlos era casado com sua segunda mulher (Carmem).
Apesar de assumido de imediato, o fato de vir de um relacionamento fora do casamento trouxe problemas para Mestre Carlos Gracie, levando seu tio Hélio Gracie a assumir sua custódia.
[1] Os filhos do Mestre Carlos Gracie são: Carlson; Robson (pai do Ryan e Renzo); Geysa; Rose Clair; Sonja; Oneika; Reyson; Reylson; Rosley; Rolange; Carley; Rolls (pai de Igor); Rocian; Carlion; Clair; Carlos Jr.; Carlos; Crolin; Reilla (mãe de Roger); Rilion e Kirla.
Especial Rolls Gracie - II
O JIU-JITSU E A JUVENTUDE DE ROLLS
O marco definitivo ocorreu quando o penta campeão mundial de judô, Mestre Matsuito Kimura, em visita ao Brasil foi desafiado por Hélio Gracie. Achando-o muito fraco, o campeão mundial escalou o vice-campeão, Kato, que acompanhava a comitiva, para enfrentar o Brasileiro. Lutando com uma costela quebrada (em decorrência a um acidente), o combate terminou empatado. Em setembro do mesmo ano (1951) novo desafio, desta vez no estádio do Pacaembu/SP, Mestre Hélio Gracie coloca o Japonês para dormir com um estrangulamento no segundo round.
Ante a vitória convincente do Gracie, Kimura o desafiou, declarando que se o Brasileiro resistisse mais de três minutos poderia ser considerado vencedor. A luta durou treze minutos, o Japonês aplicou uma chave de braço americana e forçou Carlos Gracie a jogar a toalha. A derrota para alguém 9 anos mais novo e trinta quilos mais pesado só aumentou a fama de Hélio Gracie, transformando-o em herói nacional.
O reconhecimento definitivo veio com o convite, não aceito, de Kimura para o Brasileiro ensinar na Academia Imperial do Japão.
Rolls cresce junto com a fama da família e do jiu-jitsu, iniciando seu treinamento desde cedo. Aos 12 anos já ajudava seu Tio na Academia Gracie.
Quando, em 1955, Hélio Gracie foi derrotado por Waldemar Santana em um combate que durou 3 horas 45 minutos, coube a Carlson Gracie, então com 21 anos, se tornar a estrela da família e do jiu-jitsu.
O auge dos anos românticos aconteceu entre 1959 e 1961, quando foi apresentado na extinta TV Continental (cuja concessão passou, anos depois, para Silvio Santos) pelos Mestres Hélio Gracie e Carlos Gracie. Eram 5 ou 6 disputas envolvendo lutadores de diversos estilos.
Transmito ao vivo, na época não havia vídeo tape, o programa teve um fim traumático, quando uma luta entre João Alberto (74 kg – aluno de Hélio Gracie) e Soares Vinagre (86 KG – luta livre) terminou com uma fratura exposta do segundo.
A transmissão ao vivo de um lutador se contorcendo de dor com o braço quebrado levou a mídia a condenar as lutas e o programa Heróis dos Ringues foi cancelado.
Enquanto o jiu-jitsu retrocedia aos combates dentro das academias, outros esportes preenchiam a lacuna, como o judô, que se tornou esporte olímpico em 1964, o boxe, que se populariza ainda mais com o surgimento do lendário Eder Jofre e o caratê, com os diversos filmes americanos.
Especial Rolls Gracie - III
O 1º CAMPEÃO
Conviver neste período áureo certamente influenciou a formação cultural de Rolls Gracie, levando-o a conhecer diversos locais do Brasil e EUA. Fluente em inglês, numa época em que o ensino da língua não era tão difundido como hoje, teve o intercâmbio com outros lutadores facilitado.
Após receber a faixa preta, aos 16 anos, fez uma longa viagem para e Europa onde conheceu outras culturas e outros estilos de luta. Sua formação cultural refletiria nos tatames, fazendo com que o jiu-jitsu abandonasse o objetivo de provar que a arte suave poderia, em combate real e sem limite de tempo, dominar qualquer modalidade de luta.
Com Rolls Gracie o jiu-jitsu passou a se desenvolver como atividade esportiva, visando competições e a vitória em curtos períodos, substituindo a filosofia anterior.
Concomitante ao surgimento do novo expoente da família, o JJ passou a se organizar, sendo fundada em 1968 da Federação de Jiu-jitsu do Brasil, que regulamentou a graduação das faixas, as regras de arbitragem.
Rolls não só fazia jus ao título de melhor lutador de jiu-jitsu da época, sendo, inclusive, considerado fenomenal pela capacidade de aprendizado, como era reconhecido por suas habilidades no boxe, wrestling, luta olímpica e judô, sendo que nesta modalidade foi campeão universitário.
Em 1973 finalmente foi organizado o 1º Torneio Oficial de Jiu-Jitsu, com a participação de academias do Rio, São Paulo e Belo Horizonte.
Rolls levou o absoluto numa final contra Maurício Robbe, atualmente presidente da Federação de Jiu-Jitsu do Estado da Bahia e competidor, até hoje, dos campeonatos da CBJJ. É ele quem conta os detalhes da final em entrevista dada à Revista Magazine Fighter (n. 12):“Logo fomos ao chão sem que nenhum dos dois tivesse aplicado queda. (...) Ele parecia uma catraca. Cada vez que eu cedia uma posição, ele só seguia adiante sem retornar. (...) Ele tentava de atacar de um lado para o outro sem me dar folga. Tentava me finalizar nos braços e eu me defendendo. A luta já passava e muito dos três minutos e a platéia estava surpresa com a demora em me finalizar. Rolls resolveu, então, partir para me finalizar no pescoço. Novamente se movimentava muito de um lado para o outro tentando me atropelar, para que eu viesse a cometer uma falha de defesa. A certa altura, quando eu estava de lado e posicionado de frente para ele, encaixou um estrangulamento, mas defendi (...) Rolls retirou a pegada (...) e com muita rapidez retirou o braço e aplicou novo estrangulamento com muita precisão. (...) Eu não tive como retirar o braço (...) ao completar oito minutos de luta fui finalizado pelo grande campeão do absoluto Rolls Gracie”.
Especial Rolls Gracie - IV
Não só o ritmo empregado nas lutas foi modificado por influência de Rolls Gracie, mas também a formatação das aulas, onde a preparação física e o alongamento foram introduzidos, dando o atual formato das aulas que são ministradas até hoje.
Seu principal Mestre foi, sem dúvida, Carlson Gracie, Em depoimento à revista Tatame e ao site GracieFighter, afirmou que Rolls o procurou depois de um aluno de um dos professores (Barrada) da Academia Gracie lhe passou o “rodo”:
“Convenci o Rolls que ele tinha muito o que melhorar, e ele começou a treinar comigo toda quinta, sexta e sábado, na academia que abri em Niterói. Ele levou a sério, dormia lá, treinou pra burro e aprendeu tudo, era daqueles caras chatos. “Me ensina isso, me ensina aquilo.” “Pera aí Rolls, deixa eu descansar” Não. Me ensina” E realmente ele virou um fenômeno. O Oswaldo Alves dava aula de judô somente para ele, e ele aprendeu muito bem. Ele contra o (Serginho) Íris, na época, ficou um páreo tremendo, os dois treinavam e saíam faísca”.
Apesar de alçado o jiu-jitsu ao patamar de esporte, Rolls não se desligou totalmente do vale-tudo. Em 1976 Rolls fez uma demonstração de jiu-jitsu para a TV Tupi. Alguns dias depois um professor de Caratê foi ao programa e desafiou Rolls e seus alunos. Aceito o desafio, os alunos de JJ venceram todos os combates contra os adversários. Rolls fez a luta principal contra o professor e o venceu com facilidade.
http://video.google.com/videoplay?docid=-4049988163732594485&q=gracie+rolls
Especial Rolls Gracie - V
Vivendo nos turbulentos anos 70, Rolls fazia parte da chamada “juventude dourada” do Rio de Janeiro, usando vias alternativas aos duros parâmetros que a ditadura militar preceituava. Junto com Pepê foi um dos maiores ídolos da juventude que utilizava o esporte e a vida saudável como fonte de resistência e proposta de mudança de hábito dos jovens alienados pelos anos perdidos da década de 70.
Não por acaso os dois ídolos autênticos se apaixonaram pelo mesmo esporte, a asa delta. Em 1981 Pepê, que já havia ganhado uma etapa do mundial de surf, se tornou campeão mundial no Japão. Dez anos depois, buscando o bi-campeonato, Pepê morre em um acidente de asa delta.
No ano seguinte à conquista do mundial por Pepê, Rolls, o maior nome do JJ e campeão do primeiro torneio nacional, sofre acidente de asa desta que lhe tira a vida aos 31 anos.
Apesar dos muitos alunos, Rolls graduou apenas seis faixas pretas (Marcio 'Macarrão' Stambowsky; Maurício Mota Gomes – pai de Roger Gracie; Romero “Jacaré” Cavalcanti; Nicin Azulay; Paulo Conde e Talarico).
Dentre outros alunos, estava o jovem Rickson Gracie, que até hoje rivaliza com Rolls o título de melhor de todos os tempos.
A pergunta de quem foi o melhor esbarra na diferença de idade (nove anos) entre os melhores gracies nos tatames e na morte prematura de Rolls.
Fica, contudo, o depoimento de Mestre Carlson Gracie:
“Ele era muito melhor que o Rickson. Eles sempre treinavam e o Rolls sempre ganhava. O tio Hélio ficava puto da vida. O Rickson era bom, claro, mas o Rolls era melhor”.
Especial Rolls Gracie - VI
Fileira superior deixada à direita: Rickson Gracie, Rolls Gracie, Carlos Gracie, Helio Gracie, Robson Gracie, Mauricao GomesFileira inferior deixada à direita: Royler Gracie, Carlinhos Gracie, Rolin Gracie, Rorion Gracie, Rolker Gracie, Royce Gracie
Revista Gracie Magazine – março 2006 ano XI – Editora Gracie Ltda.
Revista Tatame -
Revista Magazine Fighter “Maurício Robbe – Tetracampeão mundial de Jiu-Jitsu” – n. 12 – Editora Escala
Revista Marie Claire – “Os Gracies – Fam´lia Vale-Tudo” – novembro de 2000
Site Super Luta - http://www.magapi.cjb.net/
Site Wikipedia.org – verbete Rolls Gracie
Site Wikipedia.org – verbete Rickson Gracie
Site graciemag.com - The greatest JJ fighter of all time – em 18/10/05
Site – fernandopinduka.com “história do jiu-jitsu”
Fórum Portal do Vale Tudo – tópico “A Historia do Vale Tudo na TV., Saiba como o Vale Tudo foi do sucesso ao fracasso na tv.” - autor Kampfer
Site Portal do Vale Tudo
Site Planet Tatami
Site Royler.com.br
- Blog Fotolog.terra.com.br “Brazilian Jiu Jitsu” – “Rolls Gracie”
30 outubro 2006
Valeu!
Inicialmente a intenção era formar um site de lutas, mas influenciado pelo excelente “blog do Noblat” achei que seria o instrumento válido para as experiências.
E foi.
Não só pelos comentários registrados, mas também por pareceres de amigos, fica constatado que realmente há espaço para um enfoque mais jornalístico no mundo das lutas. Também, e talvez principalmente, a presença de matérias históricas possui seu valor e interesse.
Em direção contrária, contudo, pode se perceber a impossibilidade de, um blog desprovido de maiores estruturas, competir no campo das notícias e críticas técnicas com outros veículos que circulam na internet.
Falo, principalmente, de sites como o “Portal do Vale Tudo” que dispõe, no seu fórum, com incrível velocidade as matérias mais atuais que saem em diversos outros veículos de informação, sejam digitais, impressos ou televisivos.
Além das notícias, há ainda bons comentários, alguns muito engraçados, boas promoções, e até mesmo boas dicas. Fica apenas o revés de algumas discussões inadequadas e levianas. Mas não pretendo criticar tais fóruns, não neste momento.
Da mesma forma que Ricardo Noblat me convenceu a publicar um blog (em artigo está disponibilizado em link abaixo), outra jornalista me convenceu a encerrá-lo. Em entrevista ao site Artefato Digital, Rosana Herman comenta que:
“Para mim, um post por semana não é um blog. Blog é um diário, precisa de atualização constante. Ele exige dedicação e compromisso. Se você tiver um leitor, já tem um comprometimento com ele. O blog precisa estar limpo, atualizado, funcionando.”
Infelizmente eu concordo. Não há como manter a credibilidade de qualquer veículo de cunho jornalístico se não for possível manter uma regularidade (ainda que não diária).
A correria da vida profissional, aliada à pós-graduação, não permitiu que o Blog de Luta tivesse a dedicação que deveria, razão pela qual, após meses com esperança de poder retomá-lo, reconheço a derrota e a impossibilidade de levar à diante o projeto.
Ficam os agradecimentos daqueles que o visitaram.
PS: acreditando no retorno à vida, algumas pesquisas que já estavam em andamento e que necessitavam de apenas alguns ajustes (como sobre Rolls Gracie; Fedor e Judô), serão publicadas.
06 agosto 2006
Sambo - Quem é Fedor parte II
A maior especialidade de Emilianenko Fedor é uma arte quase desconhecida entre nós e certamente passaria por algo extravagante se não fosse o sucesso dos russos no MMA.
Desenvolvido por militares soviéticos na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) para o combate corpo a corpo, o sambo (ou sombo) é uma mistura bem acabada do jiu-jitsu com o grappling, onde se prioriza muito mais os ataques que bloqueios.
Atualmente ale da versão “olímpica” do sambo, outra variação se desenvolveu incluindo a possibilidade de golpear, tornando mais fácil a migração para o Mixed Martial Arts.
Demonstração de sambo
http://www.youtube.com/watch?v=yFHdXjaS7gw
http://www.youtube.com/watch?v=3J5nCVEhy14
Fedor lutando sambo
http://www.sultatame.com.br/default_ler.php?id=596
Quem é Emilianenko Fedor? - parte I
Emelianenko Fedor nasceu em 28 de setembro de 1976 em Luhansk na Ucrânia, então um dos países membros da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e, consequentemente, subordinada à Rússia, nação mais influente do Pacto de Varsóvia (união militar dos países socialistas que se opunham à OTAN, organização similar do Ocidente).
Aos dois anos seu pai, Vladimir Alexandrovich, o leva, juntamente com os três irmãos e sua Mãe, para a Rússia, onde completa o ensino médio, em 1991, e obtém diploma em Comércio Profissional em 1994, que apesar de cumprido após o 2º Grau (ensino médio), se assemelha mais ao curso técnico no Brasil, conforme tradição da política de educação das ex-repúblicas soviéticas.
Além de não ter histórico familiar no mundo da luta, seu Pai era soldador elétrico, Fedor teve infância normal, tendo seu treinador Vladimir M. Voronov declarado que, aos dez anos de idade o atual campeão dos pesos pesados do Pride era pesa fácil para as gozações e brincadeiras de seus colegas.
Após o recebimento do diploma em 1994, Fedor ingressa no exército Russo onde aprimora o sambo, luta exaustivamente praticada pelas forças armadas da Rússia (desde a antiga URSS), cujo objetivo era o combate corpo a corpo.
Com perseverança e dedicação, obtém o grau máximo no sambo e a faixa preta no Judô em 1997, tendo inclusive ganhado a medalha de bronze no competitivo campeonato Russo de Judô em 1998.
A falta de dinheiro para sustentar a mulher (Oksana) e filha (Masha, nascida em 1999), contudo, empurrou o Russo (apesar de nascido na Ucrânia Fedor é tratado como cidadão da Rússia) para o MMA, iniciando a caminhada que o transformaria no maior lutador de vale-tudo do mundo de todos os tempos.
04 julho 2006
Pride GP Critical Countdown Absolute
(mais do que o título do GP, o vencedor terá a oportuinidade de desbancar o melhor de todos os tempos)
Ao contrário do Pride 11, quando somente Paulão levou a melhor, o evento que rolou neste sábado lavou a alma do MMA nacional. Mesmo com a derrota do Drago, e Cyborg, iniciantes no Japão, as vitórias maiúsculas dos irmãos Nogueira, de Wanderlei Silva e Vitor Belfort demonstram que nossos tops ainda se encontram lá em cima.
Pride GP Absolute - Show de Wand e Minotauro
(Uma das inúmeras vezes que Werdum atacou a perna de Minotauro e se deu mal)
Excelente apresentação de Wanderlei Silva. (31v.-5d._1e.) Com uma boa seqüência de socos no início da luta, o Brasileiro já desestabilizava Kazuyuki Fujita (15v.-5d._0e.) . Mostrou agressividade no chão, inclusive com uma armlock justíssima, boa defesa, com reposições de guarda eficientes, e sem deixar brechas para ataques de Fujita.
Após o recomeço da luta em pé, Wand foi soberano na trocação e por algumas vezes balançou o Japonês.
Detalhe curioso foi o grito de alguém, no córner da Chute Boxe (não dá para identificar quem), falando para o Wand que tava na hora de nocautear. Passados alguns minutos Fujita estava indefeso aos ataques do Brasileiro, e mesmo faltando alguns segundos para o término do 1º round teve sua integridade física preservada.
http://www.megaupload.com/?d=E3UBSSLU
Minotauro
Na vez do irmão, Antônio Rodrigo Nogueira (28v.-3d._1ed.) começou bem aplicando um Knockdown que deixou o nariz de Werdum (8v.-2d._1e.) castigado. Após o pupilo de Cro Cop equilibrou a luta, levando, inclusive, uma minúscula vantagem. Mas faltando 2:30 para o fim Minotauro consegue outro Knockdown com um direto de direita. Depois passou a caçar Fabrício com bons jabs, obrigando o oponente, inclusive, a simular uma queda para interromper a caçada. Primeiro round indiscutivelmente de Minotauro.
Iniciando o 2º round, Werdum surpreendeu Minota ao dominar uma de suas pernas, mas Nogueira, que tem, na opinião do blog, o melhor chão do MMA, antecipou-se à queda e, no chão, deu a volta em Fabrício retornando em pé. Quando, minutos depois Fabrício, tentou a mesma queda, Minotauro se defendeu e caiu por cima. Na terceira vez que aplicou o mesmo golpe, Werdum finalmente derrubou e caiu por cima, mas foi raspado logo em seguida, faltando poucos segundos para o término do round. Não obstante o desempenho de Minotauro, este não saiu ileso e teve seu supercílio aberto.
Vendo que na trocação levava desvantagem, Werdum insistiu no ataque nas pernas do Atleta da BTT, conseguindo relativo sucesso. Relativo porque apesar de conseguir da queda, uma vez caiu na guilhotina e em outras foi raspado. Vitória incontestável de Minotauro. Seria uma luta perfeita se não tivesse sido presa tão fácil para as quedas, sempre as mesmas.
Pride - Nocautes clássicos
Carente de uma boa apresentação, a luta de Belfort (14v.-7d._0e.) acabou cedo demais. Aos trinta e poucos segundos de luta, após uma tentativa frustrada de Yoshiki Takanashi (28v.-20d._3e.) levar a luta para o chão, Vitinho acertou um bom gancho de esquerda no queixo do Japonês. Nocaute clássico. Pena que, apesar da vitória incontestável, não deu tempo da luta empolgar o público, que é o que Vitor Belfort precisa.
http://rapidshare.de/files/24633694/vitor_belfort_x_takahashi.mpg.html
Minotouro
Desta vez foi Antônio Rogério Nogueira (12v.-2d.0e.) que passou dificuldades com as rápidas joelhadas e chutes de Alistair Overeem (28v.-8d.0e.). Após levar enorme desvantagem no início do 1º round, quando parecia o time do Parreira (não socava, não chutava), Minotouro finalmente conseguiu derrubar o Holandês caindo por cima. Após boas seqüências e chegar na meia guarda, o Brasileiro vacilou em se levantar e tomou algumas pedaladas até voltar para a guarda de Alistair. Como o irmão na 1ª luta contra Fedor, não deu tempo para aproveitar a boa posição com o fim do round.
No segundo round Minotouro mudou a estratégia e encurtou a distância com o Holandês, fugindo de sua excelente envergadura e dos potentes chutes, mas se expondo às temidas joelhadas. A tática, porém, deu resultado e seus socos passaram a entrar na guarda do já cansado (como Minotouro) Overeem. Em uma destas encurtadas conseguiu um potente direto de esquerda no queixo que levantou a cabeça do Adversário e o colocou grogue. Ao apertar os ataques com o adversário estático, Minotouro viu o Juiz interromper o combate.
http://www.sendspace.com/file/72r4ib
Pride - Perdendo o trem da história
Evangelista Cyborg
Outra decepção, Kazuhiro Nakamura (9v.-5d.0e.) deitou e rolou sobre o instável Cyborg (14v.-9d.0e.), que muito lembra o Luis Mattar no tênis: suas maiores vitórias são no Brasil. Teve sua chance no Pride e desperdiçou.
24 junho 2006
Pride GP Critical Countdown Absolute
No próximo 02/07/06 haverá a segunda rodada do GP Absoluto, em um PRIDE especialmente composto para brasileiros (são 7 brazucas) e com transmissão ao vivo pela Band Sports.
Além da felicidade geral pela nova possibilidade de torcer ao vivo, o blog entrou em clima de Copa do Mundo e resolveu dar uns palpites. A intenção, na verdade, é acertar o vencedor, mas foi incluído também o como ocorrerá a vitória.
Agora adivinhar em qual round...
Pride GP Absolute - Cro cop rumo à final
País: Japão
Idade: 36 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 100Kg
Cartel: 7v – 3d – 1e
Mirko Filipovic
País: Croácia
Idade: 31 anos
Altura: 1,85cm
Peso: 97Kg
Cartel: 18v – 4d – 2e
Prognóstico do blog: Mirko Filipovic por decisão
Há quatro anos no MMA, Yoshida teve suas sete vitórias por finalização, incluindo o duríssimo Mark Hunt, um empate contra Royce Gracie em regras especiais (apesar do Brasileiro castigar o Japonês as regras não permitiam vitória por ponto) e três derrotas por decisão, sendo duas delas contra Wanderlei Silva.
Judoca olímpico, o cartel de Yoshida o coloca em boa posição contra em uma posição de vantagem contra o Croata, já que Mirko Filipovic não tem um chão forte e o Japonês teve todas usas vitórias por finalização.
Nas derrotas contra Wanderlei Silva, contudo, Yoshida mostrou dificuldade em derrubar um trocador de primeira, o que coloca Cro Cop em boa posição.
Além de excelente em pé, após Mirko Filipovic iniciar seus treinamentos de chão com Fabrício Werdum, já conseguiu duas finalizações.
Caso Yoshida tenha dificuldade de derrubar Cro Cop, corre sério risco de ser nocauteado. Se conseguir levar a luta pro chão, com certeza o Croata fará aquele anti-jogo típico para retornar em pé e não será, no chão, a presa que foi para Minotauro, e vencerá por decisão.
Pride GP Absolute - O cinturão do Minotauro
País: Brasil
Idade: 30 anos
Altura: 1,90cm
Peso: 105Kg
Cartel: 27v – 3d – 1e
Fabrício Werdum
País: Brasil
Idade: 28 anos
Altura: 1,93cm
Peso: 110Kg
Cartel: 8v – 1d – 1e
Prognóstico do blog: vitória de Minotauro por nocaute
Um dos maiores nomes de todos os tempos, Antônio Rodrigo Nogueira, o Minotauro, possui uma carreira sólida, vencendo os principais lutadores de MMA da atualidade. Das três derrotas, duas foram contra o Fedor Emelianenko, o que não diminuiu em nada seu potencial. Se nos campeonatos de pano não teve o destaque de seu adversário (Fabrício Werdum é tri-campeão mundial), ninguém adaptou tão bem o jiu-jitsu para o MMA como Minotauro. Por isso leva vantagem se a luta for para o chão.
A luta em pé não melhora a situação de Werdum, já que seu boxe não é dos melhores, como visto contra Segei Kharitonov, ao contrário de Nogueira que tem a nobre arte como uma poderosa aliada, e, apesar dos treinos com Cro Cop, não possui MT suficiente para abalar o adversário.
Pride GP Absolute - Hunt entre os top
País: Estados Unidos
Idade: 28 anos
Altura: 1,90cm
Peso: 113Kg
Cartel: 17v – 3d – 0e
Mark Hunt
País: Nova Zelândia
Altura: 1,78cm
Peso: 113Kg
Cartel: 5v – 1d – 0e
Prognóstico do blog: Mark Hunt por decisão
Apesar do bom cartel de Josh Barnett, suas duas derrotas para Mirko Filipovic e para Pedro Rizzo demonstram certa dificuldade em lidar com bons chutadores. O Kickboxer Mark Hunt, por sua vez, enfrentou o próprio Cro cop e Wanderlei Silva conseguindo duas vitórias. Quanto às finalizações de Barnett, Hunt já demonstrou ter aprendido o anti-jogo suficiente para força o retorno da luta em pé.
Em um combate lento, Hunt deve prevalecer.
Pride GP Absolute - Wanderlei entre os pesados
Kazuyuki Fujita
País: Japão
Idade: 35 anos
Altura: 1,83cm
Peso: 109Kg .
Cartel: 13v – 4d – 0e
Wanderlei Silva
País: Brasil
Idade: 29 anos
Altura: 1,80cm
Peso: 90Kg
Cartel: 30v – 5d – 1e
Prognóstico do blog: Wanderlei Silva
Em se tratando de GP Absoluto, Wanderlei Silva deverá aumentar seu peso e se aproximar de Fujita, diminuindo a vantagem, na balança, deste. Kazuyuki Fujita tem um cartel equilibrado, tendo 46,15% de suas vitórias ocorrido por nocautes, 38,46% por finalização e apenas 15,38% por decisão. Quando enfrentou os principais lutadores, contudo, Fujita foi derrotado.
Wanderlei Silva além de mais experiente entrou no GP como o campeão dos médios e como a esperança da Chute Boxe ter um competidor forte entre os pesados. É possível que, mais pesado, Wanderlei não consiga se soltar, mas deverá fazer o suficiente para vencer por decisão.
Pride GP Absolute - A chance de Cyborg
País: Brasil
Idade: 28 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 90Kg
Cartel: 14v – 8d – 0e
Kazuhiro Nakamura
País: Japão
Idade: 27 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 93Kg
Cartel: 8v – 5d – 0e
Prognóstico do blog: Kazuhiro Nakamura por decisão
Não valendo para o GP, o brasileiro Evangelista Cyborg terá outra oportunidade de aparecer em evento de primeira linha e se desfazer da imagem de lutador que só se dá bem no Brasil. Apesar de algumas vitórias no Cage Rage, Cyborg não consegue uma seqüência de resultados positivos que o alcem ao estrelato. Assim como Nakamura, Evangelista não tem bons resultados contra lutadores tops. Considerando não só que a luta é no Japão, mas também que seu adversário é mais experiente, Nakamura deve vencer.
Pride GP Absolute - A vez de Belfort
Vitor Belfort
País: Brasil
Idade: 29 anos
Altura: 1,83cm
Peso: 93Kg
Cartel: 13v – 7d – 0e
Yoshiki Takahashi
País: Japão
Idade: 37 anos
Altura: 1,78cm
Peso: 93Kg
Cartel: 28v – 19d – 3e
Prognóstico do blog: Vitor Belfort por nocaute
Em outra luta fora do GP, Vitor Belfort tem uma oportunidade de ouro para retomar sua escalada ao topo. Enfrenta um lutador bem mais velho, e nem todos são Couture, que teve sua carreira consolidada no Pancrase. Fora de sua casa, Takahashi enfrentou e para lutadores de ponta. Mais que um prognóstico, fica aqui uma torcida para Vitor Belfort vencer bem, e se possível com show. Se não for assim o Fenômeno iniciará sua volta para os eventos nacionais...
22 junho 2006
Eder Jofre - O Galo de Ouro
O maior pugilista brasileiro, e um dos maiores do mundo, de todos os tempos, Eder Jofre nasceu em 26/03/36 na cidade de São Paulo/SP vindo de uma família de boxeadores (Zumbano) , Teve forte influência de seu pai, Kid Jofre, também foi seu treinador.
Iniciou sua carreira como peso galo (até 55,338 kg) no tradicional torneio “Forja dos Campeões”, então realizado e patrocinado pelo Jornal a Gazeta Esportiva.
Após vencer o torneio, o Galinho de Ouro, apelido que receberia anos depois, iniciou uma sólida seqüência de vitórias que o levou à Olimpíada de 1956 em Melbourne, como um dos favoritos ao título.
Após vencer duas lutas, a CBB colocou como sparring Celestino Pinto, pugilista bem maior e que, nos treinos, fraturou o nariz de Éder em dois locais. Sem conseguir respirar direito, o Brasileiro perdeu por pontos nas quartas de final para o chileno Cláudio Barrientos.
A perda da medalha olímpica para um lutador menos qualificado (um ano depois, Éder Jofre teve sua revanche contra Barrientos e venceu por nocaute, após derrubar o Chileno por 7 vezes) fez o Galo de Ouro abandonar o boxe amador e se profissionalizar.
Depois 34 vitórias e um empate em 4 anos, Éder Jofre teve a oportunidade de disputar, em 1960, com 21 anos, o cinturão pelo título mundial dos Pesos Galo da NBA (National Boxing Association) contra Eloy Sanches, tendo vencido por nocaute no 6º round. Em 1962 venceu o irlandês Johnny Caldwell, unificou o título dos Galos, tornando-se o único campeão mundial da categoria.
De 1960 a 1965 defendeu os títulos por 8 vezes e venceu todas por nocaute. Em 1965 viajou para o Japão para mais uma defesa do título contra o japonês Masahiko “Fighting” Harada. Já com problemas para se manter como peso galo, Éder Jofre sofreu com a dieta e os diuréticos para baixar o peso, entrando no ringue enfraquecido pela desidratação (ficou 12horas sem água).
Apesar do próprio Galo reconhecer as dificuldades sofridas nas lutas, os resultados foram muito contestados, sendo que muitos atribuem a derrota ao fato da luta ter se realizado no Japão.
Eder Jofre - Campeão como peso pena
Desiludido Éder abandona o boxe por três anos, voltando em 1969 como peso pena (58,967kg) e reiniciando nova seqüência de vitórias que lhe trouxeram novo título mundial em 1973, aos 37 anos, em luta contra o espanhol José Legra. Como celebridade nacional, o título foi disputado em Brasília e com a presença do então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici.
Depois do falecimento do pai e irmão, Éder Jofre encerra a mais vitoriosa carreira de um lutador brasileiro em 1976.
Em 1983 o Conselho Mundial de Boxe, no edifício da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York, Estados Unidos, elegeu o Galinho de Ouro como o melhor peso galo do mundo.
O reconhecimento definitivo veio em 2002 quando a revista The Ring, considerada a bíblia do boxe, elege Éder Jofre como o 9º maior pugilista de todos os tempos considerando todas as categorias.
Notas do blog:
1º) Poucas vezes um esportista tem uma superioridade desta envergadura, principalmente em um esporte que num lance do acaso (mata cobra) pode definir o combate.
2º) O vídeo disponibilizado abaixo é de uma das duas derrotas de Éder Jofre e demonstra uma luta parelha, com o Japonês Masahiko “Fighting” Harada diversas vezes se segurando com o clinch.
3º) Não custa sonhar, Éder Jofre, depois de uma dose de chão e um estágio na ChuteBoxe, no Pride Bushido detonando Takanori Gomi ...
Uma das duas derrotas contra Masahiko “Fighting” Harada (parte)
http://www.youtube.com/watch?v=Ft1JgSqHzTM&search=eder%20jofre
Eder Jofre - Cartel
Cartel
81 Lutas
77 Vitórias
52 Nocautes
2 Empates
2 derrotas (os dois contestados combates contra Harada)
Conquistas:
Campeão da Forja de Campeões (amador) - 1953
Campeão Brasileiro dos galos - 1958
Campeão Sul-americano dos galos - 1960
Campeão Mundial da AMB (Associação Mundial de Boxe) dos galos - 1960
Campeão Unificado (títulos pelas federações americanas e européias) dos galos -1962
Campeão Mundial dos penas pelo CMB (Conselho Mundial de Boxe) - 1973
Prêmios e Homenagens
Melhor "peso galo" do mundo - 1963
Melhor "peso galo" de todos os tempos - CMB (Conselho Mundial de Bexe)
Melhor na categoria de peso na América Latina - Imprensa da República Dominicana
Pugilistas que defenderem com sucesso o seu cinturão nos galos ganham o "Troféu Eder Jofre".
Indicado para o "Hall da Fama" do boxe - 1992.
Nono melhor pugilista dos últimos cinqüenta anos - Revista norte-americana "The Ring" - 2002 (ao lado de monstros do esporte como Sugar Ray Robinson, Muhammad Ali, Julio Cesar Chavez, Sugar Ray Leonard, Roberto Duran, Carlos Monzón)
14 junho 2006
Retomada interrompida. Belfort perde mais uma.
(foto - Vitor Belfort na guarda...)
No meio do caminho encontraram uma boa luta, uma revanche contra seu algoz no Pride GP Alistair Overeem (24v – 7d – 0e), que também carecia de uma recuperação após ser finalizado por Fabrício Werdum. Além do apelo promocional, e conseqüentemente financeiro, o combate era um passo a mais. Vitor deixaria adversários menos conhecidos e enfrentaria alguém de maior nome, credenciando-o a voltar aos grandes eventos. Tudo parecia bem traçado, mas...
Até que Vitor começou bem, conseguindo equilibrar com a boa trocação do Holandês, levando vantagem em diversos momentos e conseguindo, inclusive, a montada. A partir do 2º round, contudo, o Brasileiro passou descaradamente a fugir do combate em pé, lançando-se ao chão a cada ameaça das poderosas joelhadas do kickboxer.
Pior do que a derrota, e a interrupção do bom trabalho até então realizado, foram as desculpas apresentadas pelo Lutador e seu empresário (Jorge Guimarães – O Joinha do Premiere Combate). Segundo declararam após a luta, Vitor teve um estiramento no músculo da coxa que o impediu de boxer, passando a chamar Alistair na guarda. (COMO???), Repetindo, passou a chamar o Holandês na guarda. Não há porque ficar preso a comentários, o link para o vídeo da luta está logo após o post, mas chamar pra guarda no MMA é para muito poucos. Para falar a verdade nem o Minotauro, o maior guardeiro do MMA, chama para guarda, preferindo, a toda evidência, cair por cima.
Vitor Belfort perdeu porque lutou pior. E mais, não chamou pra guarda e sim fugiu da luta em pé. A desculpa de que a Comissão Atlética visa mais o boxe não serve para justificar a apatia de quem quer voltar a ser o Fenômeno.
Resta apenas acreditar que Vitor irá continuar a executar o bom trabalho que tem feito até aqui. Apesar do duro golpe sofrido, Belfort ainda tem contrato com o Pride, o que pode lhe proporcionar a grande chance da volta por cima. Mas que fique atento,
http://rapidshare.de/files/22812255/Belfort-vs-Overeem.avi.html
05 junho 2006
Pride Bushido 11 Survival
Pride 11 - Injustiça não vingada
A primeira derrota da noite veio sobre Murilo Bustamante (12v.- 6d.–1e.). O Brasileiro não conseguiu fazer seu jogo de chão e teve que trocar com Amar Suloev (21v.-5d.–0e.). Enquanto usava seu boxe para aproximar e tentar a queda, Amar Suloev fugia do Brasileiro mas usava seus contragolpes com eficiência. Apesar de não haver uma supremacia nos dois rounds, os chutes e o knockdown conseguido pelo Armeno e as tentativas frustradas de Murilo para derrubar o adversário, fizeram o os juizes penderem a favor de Suloev. Foi mais uma vitória da estratégia de quem não queria ir para o chão, fugiu do adversário enquanto o minava nos contra-ataques.
Das derrotas sofridas na noite a de Murilo Bustamante é a que mais deixa marcas, tanto pelos seus 39 anos, que o coloca obrigatoriamente no final de carreira, como pela injustiça que lhe fizeram na decisão do GP de 2004, quando foi descaradamente roubado contra Dan Henderson (20v.- 4d- 0e.) em nome da necessidade do Pride entrar no mercado americano. Mais de que qualquer outro Murilo, que se encontra na estrada desde o desafio do jiu-jitsu contra a luta livre em 91, que já manteve o cinturão dos médios do UFC, merecia se retirar com a vitória no GP.
Mais uma vitória da estratégia:
http://rapidshare.de/files/22167461/Murilo_Bustamante_x_Amar_Suloev.nsv.html
Pride 11 - Era Zebra!!!
A segunda decepção veio com a nova esperança brasileira. Após colocar Takonori Gomi (24v.- 3d. -0e.) para dormir em um desempenho excepcional (ver post neste blog), Marcos “Maximus” Aurélio (14v.- 3d.- 0e.) começou bem a luta contra Mitsuhiro Ishida (12v.- 2d.- 1e.), conseguindo um knockdown e uma guilhotina que deixou o estádio aflito. O decorrer da luta, contudo, mostrou o Brasileiro sem eficiência para se raspar o Japonês e teve que suportar Mitsuhiro Ishida, por cima, castigando-lhe todo o tempo. Outra vitória justa.
http://www.megaupload.com/pt/?d=GAEUKGQ5
Pride 11 - Ninja é triturado
Murilo Ninja nunca chegou a ser um top, alternando bons e maus resultados, mas conseguiu impressionar pelo fôlego empregado durante as lutas. Após a boa vitória sobre José Mário Sperry (11v- 4d.- 0e.) em abril/02, contudo, Murilo Rua sofreu seis derrotas (Ricardo Arona, Kevin Randleman, Sergei Kharitonov, Quinton Jackson, Paulo Filho, Denis Kang) e teve apenas três vitórias (Akira Shoji, Alexander Otsuka e Murad Chunkaiev) . Ao baixar seu peso para a categoria Welterweight (peso médio), alguns esperavam uma melhoria na performance de Murilo, fato, contudo que não ocorreu. Em sua primeira luta no peso, levou um baile de Paulão Filho (12v.-0d.-0e.). Na segunda foi nocauteado em segundos.
Poderia se dizer da má adaptação no peso, da linha descendente do atleta, e até mesmo da necessidade de se afirmar, mas na verdade é que foi desequilibrado por um bom soco de Denis Kang (22v.-7d.-1e.), não assimilou o golpe e deixou a guarda aberta. Foi massacrado. Não há muito que dizer da luta.
http://www.sendspace.com/file/mrorc4
Pride 11 - A vitória de Paulão
A única vitória veio pelas mãos de Paulão Filho, que chega à excelente marca de 12 vitórias, nenhuma derrota ou empate. Soberano no combate, Paulão dominou o adversário durante toda a luta. Já nos primeiros segundos derrubou *, passando a guarda e, em seguida, conseguindo a montada. Da mesma forma que aconteceu contra Murilo Ninja, não houve qualquer sombra de dúvidas sobre a extrema superioridade do brasileiro, que com seu Judô eficiente conseguia levar o adversário ao chão com muita facilidade. Mas é exatamente sobre a extrema superioridade encontrada que reside a preocupação: são duas lutas em que Paulo Filho é muito superior ao adversário, mas não consegue finalizar ou uma seqüência de golpes que traga maiores traumas. Passou quase todo o 1º round montado, mas deixou o Francês inteiro para o 2º round. Se contra Murilo Ninja ficou no ar certa amarração, contra Gregory Bouchelaghem (5v.-3d.-0e.) o atleta da BTT deixou transparecer ineficiência para finalizar ou nocautear, o que pode justificar o alto índice de vitória por decisão (58,33% - sete) em sua vitoriosa carreira.
http://www.sendspace.com/file/19rqjx
28 maio 2006
A queda de um mito no UFC 60
(foto - Royce, de bermuda azul, sendo massacrado)
No século XX a Família Gracie teve uma visão e se vestiu com o manto de comprovar ao mundo a superioridade do jiu-jitsu. Por muitos e muitos anos Hélio, Carlson, Rolls e outros tiveram o duro encargo de enfrentar adversários mais fortes e com habilidades em outras artes, sempre demonstrando, com sucesso, a eficiência do jiu-jitsu.
O mundo as artes marciais agradece à família Gracie a apresentação do Jiu-jitsu.
A gratidão, porém, passou do aplauso e fixou residência nos treinamentos. Todos no MMA reconhecem a necessidade de conhecer, ao menos, o anti-jiu-jitsu, o suficiente para amarrar o jogo e não ser finalizado. Todos evoluíram, mas parece que os Gracies não.
Além de não ter nenhum membro da Família Gracie entre os tops, este domingo (28/05/06) foi testemunha da triste derrota do mito Royce (13v- 3d.- 3e.) para Matt Hughes, nocauteado no 1º round em sua volta ao UFC 60, onde nunca havia sofrido um revés.
Para quem não se lembra, o UFC foi criado por Rorion Gracie para ser palco de desafio entre estilos, com os lutadores se enfrentando em três combates em uma só noite. Nas quatro primeiras versões, Royce venceu todas as suas lutas, não levando o cinturão apenas no UFC três porque teve que abandonar a disputa após a vitória sobre Kimo Leopoldo. No UFC 5 empatou com Ken Shanrock (que viria ser o nome a ser batido nos anos seguintes) após o americano amarrar descaradamente a luta.
Os tempos, contudo, passaram, e hoje tivemos que ver um mito ser massacrado. Que sirva de lição para se curar a miopia que ataca os Gracies.
Para assistir Matt Hughes vs. Royce Gracie
http://www.megaupload.com/pt/?d=Z1LHC85R
Pega Leve vs Gabriel Napão
Neste triste final se semana onde a única vitória brasileira foi sobre outro brasileiro, abro parênteses para ratificar o que tenho dito em outros fóruns: Gabriel Napão (6v. -1d.– 0e.) tem tudo para se fixar com um top em sua categoria. Tem um excelente chão (não deve nada a qualquer outro no mundo) . Sua trocação não é das melhores, mas evoluindo no fundamento, o que pode acontecer com boas doses de chute boxe, terá condições para pegar o cinturão.
A vitória de Gabriel Napão
http://www.megaupload.com/pt/?d=U5ONQGNU
Quantos aos demais brasileiros na noite parecem que seguiram o tom da apática ditado pelo Mestre Royce Gracie; Assuério Silva (10v.- 5d.- 0e.) foi derrotado por Brandon Vera (7v. 0d.–0e.) e Fabiano Pega-Leve (5v. 3d.–0e.) por Napão.
Luta do Assuério vs Brandon Vera
http://www.youtube.com/watch?v=LsXy1hyJS_k&search=UFC%2060
26 maio 2006
Vitor Belfort – o retorno?
Primeiro ídolo brasileiro do MMA moderno que não tinha, apesar de adotado por um, o sobrenome Gracie, Vitor Belfort (13v-6d.–0e.) conheceu de perto os altos e baixos da fama. Treinado por Carlson, Vitor logo se destacou nos treinamentos e, alçado da faixa azul para a preta de jiu-jitsu, estreou, em sua segunda luta, no UFC 12 (fevereiro/97) com duas vitórias no mesmo dia (sobre Tra Telligman– interrupção e Scott Ferrozzo – nocaute). Não demorou a receber a alcunha de Fenômeno, apelido dado, principalmente, pela rapidez de seus socos.
Apesar da primeira derrota para Randy Couture (14v.- 8d.- 0e.) no mesmo o ano, o prestigio de Vitinho não diminuiu e as vitórias se seguiram, inclusive com o clássico nocaute sobre o então iniciante Wanderlei Silva.
Várias razões foram apontadas para o declínio de seu desempenho, da fama que teria subido à cabeça, constantes trocas de equipe, seqüestro da irmã e até mesmo o pé frio de seu novo empresário (Jorge Guimarães – o Joinha, apresentador do Premiere Combate).
Muitos ficam aguardando o retorno vitorioso, o que pode estar prestes a acontecer. Passada a tempestade da fama fácil da Casa dos Artistas, resolvido o seqüestro da irmã (que infelizmente não teve final feliz), Vitinho voltou a eventos menores (Cage Rage) e se concentrou nos treinamentos de boxe, que o projetou.
As duas últimas lutas do Fenômeno, sendo uma sua estréia no boxe profissional, já mostram a melhoria sustentável, para utilizar um jargão do economês em moda. No combate no Cage Rage 14, contra
Na sua estréia no boxe profissional, Vítor enfrentou Josemário Neves, ex-campeão baiano, tradicional reduto da nobre arte nacional, e não deu qualquer chance ao adversário, aplicando-lhe três knock downs, em menos de um minto.
Ainda é pouco, mas já aguça o desejo de presenciar o retorno do Fenômeno aos grandes eventos.
A vitória no Cage Rage
Questão operacional ou falta de visão?
Uma das reclamações mais recorrentes que se pode verificar nas academias e fóruns ligados às lutas é, sem dúvida, a impossibilidade de acompanhar ao vivo os principais eventos de MMA, mas precisamente UFC e PRIDE.
E o pior é que, em 2005, o canal Premiere Combate (Globosat) apresentou como degustação quatro eventos do PRIDE transmitidos diretamente do Japão. Para os amantes do MMA foi algo parecido como ter quatro copas do mundo em um só ano, madrugadas percorridas na expectativa de acompanhar, principalmente, as vitórias dos brasileiros em ação.
Apesar de toda a vibração o canal anunciou que não renovou o contrato e as transmissões cessaram, deixando os telespectadores à deriva na internet. As reações foram muitas, incluindo, inclusive, campanha de cancelamento de assinatura em massa no principal portal de MMA do Brasil.
Apesar da revolta e decepção, insisto em ver a decisão da Globosat com outros olhos e tentando entender a postura do canal Premiere Combate. O fato é que o MMA tomou a dimensão que tem hoje devido à aceitação no mercado, principalmente o japonês e americano.
As vendas de produtos ligados às lutas, incluindo as transmissões televisivas, formaram um novo filão de negócio, estimulando novos eventos e novos lutadores. A inexistência da mais valia (tradução marxista de lucro) fatalmente condenaria aos antigos e românticos embates dos gracies contra outras artes.
Em recente entrevista ao “site” faixapreta.com, o diretor dos canais Premium da Globosat, Elton Simões, afirmou que a dificuldade de compra dos direitos ao Pride decorre, exclusivamente, do preço pedido e as dificuldades de efetuar a transmissão ao vivo, que, segundo Elton, encarece em de 2 a 3 vezes o valor do evento.
Comentou ainda, que o pagamento do preço pedido pela DSE praticamente inviabilizaria o canal, fazendo com que o prejuízo fosse maior:
“Consideramos o PRIDE muito importante, por isso estamos fazendo um grande esforço para comprá-lo. Porém, entre as responsabilidades de um canal, está a garantia de dar continuidade a ele. Se pagássemos o que o PRIDE está pedindo não teríamos mais o canal.”
Antes de concluir pelo descaso do canal com os telespectadores, é necessário verificar que o Premiere Combate não parou o investimento nas lutas, tendo adquirido, recentemente, um pacote de 24 lutas para este ano, o que atende ao pedido de 42% dos assinantes do canal (segundo a Coluna Controle Remoto do Diário do Nordeste). Além do boxe, que é um bom programa, a Globosat adquiriu ainda o K-1 e Cage Rage, mas nenhum destes ao vivo.
Apesar de reconhecer as dificuldades no fechamento do negócio, o que causa estranheza é o fato das lutas ocuparem, segundo reportagem do JB em 29/09/02, o segundo lugar da preferência dos assinantes, perdendo apenas, é óbvio, para o futebol, mas ficando à frente de esportes tradicionais como vôlei (3º colocado), o futsal (4º), o tênis (5º), o automobilismo (9º) e o basquete (20º).
Segundo o Jornal, em agosto de 2002 o MMA foi visto por 69.040 assinantes (52,1%) do público que viu futebol (132.417). Pela quantidade de aparelhos ligados, dado que serve para a contagem da audiência, o quadro fica ainda mais favorável ao MMA, já que contou, no período, com 2,3% dos aparelhos legados, quando o futebol obteve 3,5%.
É inegável que as transmissões ao vivo de 2005 aumentaram o número de assinantes, e o público do MMA, apesar de praticamente ignorado pela TV aberta, cresce ano a ano, potencializando, ainda, mais, o mercado da Globosat.
É impossível ignorar as dificuldades da aquisição do PRIDE, mas é incompreensível o canal não se aliar aos produtores brasileiros para a realização de eventos em terras brasileiras. Jamais alcançaremos, ao menos nesta geração, o nível de fanatismo que existe no Japão, aonde a admiração pelas lutas vem desde a era dos samurais, mas o Brasil é certamente o maior celeiro de lutadores do mundo e a existência de um GP com bolsas dignas e compatíveis com a realizada brasileira, com certeza iria alavancar os índices de audiência.
É muita audiência represada.
23 maio 2006
Recordar é viver
No atual estágio do MMA, é impossível defender a supremacia de um estilo. Após, principalmente, o furacão Marco Ruas (8v-3d- 2e) ter conquistado o UFC 7 (1995) apresentando enorme intimidade tanto para lutar em pé como no chão, o vale tudo iniciou sua transformação para Mixed Martial Arts (Mistura de Artes Marciais) e o cross-trainning (treinamento em diversas artes) se fixou como o único modo de se preparar para a luta.
Antes, contudo, a família Gracie incorporou a missão de comprovar a supremacia do jiu-jitsu e partiu para o mundo desafiando todas as artes marciais para combates sem regras, onde apenas o reconhecimento da vitória interrompia a luta.
Esse post vem apenas lembrar essa fase romântica, sem qualquer pretensão de insinuar alguma superioridade. Ao contrário, serve até mesmo para lembrar que aqueles lutadores de jiu-jitsu que se recusam a treinar sério outras artes hoje se encontram cada vez com menor destaque. É com pesar que vejo rankings, que, mesmo feitos sem critérios objetivos, não contam com Gracies no topo.
Karatê
http://video.google.com/videoplay?docid=4484668185211770452&q=%22jiu+jitsu%22
Full contact
http://video.google.com/videoplay?docid=-6043278201850043031&q=%22jiu+jitsu%22+vs
Luta Livre (o clássico Rickson Gracie vs hugo Duarte)
http://video.google.com/videosearch?q=Rickson+Hugo+Duarte
Karatê
http://www.youtube.com/watch?v=9b6a2VH5HJg&search=%22jiu-jitsu%20vs%22
professional NFL player (??? – mas é um bom vídeo)
http://www.youtube.com/watch?v=8dVqMIt8jSY&search=%22jiu%20jitsu%20vs%22
Judô (Rickson e Royler)
http://video.google.com/videoplay?docid=-1015797790370952500&q=RICKSON+GRACIE&pl=true
JKempo (Royler)
http://www.youtube.com/watch?v=naWEbPDz80w&search=royler
Capoeira
http://br.geocities.com/suporte_videos03/bjjxcapoeira.mpg
Judô
http://video.google.com/videoplay?docid=-5147299969432921273
Kung Fu
http://s37.yousendit.com/d.aspx?id=1PBHPW3Z0F97D27GXVWYEQA648
Sambo (Rickson)
http://rapidshare.de/files/2575105/Rickson_-_Sambo.mpg.html
Judo + Boxe chinês
http://www.megaupload.com/?d=EG8P943S
Kickboxer
http://www.megaupload.com/?d=BSKU61V5
Judô (Royce)
http://www.megaupload.com/?d=DIZE6AHM
22 maio 2006
Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba - sera?
Poucas lutas foram tão aguardadas como Rickson Gracie contra Kazushi Sakuraba, cuja especulação indica que se realizará no K-1 em setembro ou dezembro, já que a organização teria acertado com o Brasileiro sua bolsa (US3.000.000,00).
Quando todos contavam como certa sua realização após o Japonês vencer quatro membros da família Gracie, motivos particulares (a morte do filho) afastaram Rickson do cenário do MMA desde 2000.
Enquanto Sakuraba sedimentava sua sólida carreira e a condição de ídolo no Japão, muitas vezes os boatos noticiavam a volta de Rickson, sempre frustrando, porém, os que aguardavam a retomada da carreira.
Concomitante com o desenvolvimento do MMA, tanto tecnicamente como empresarialmente, o mito sobre o Gracie se tornava cada vez maior. São comuns as discussões sobre como se sairia atualmente em confrontos contra lutadores mais qualificados.
Um dos motivos, alegado em várias ocasiões, que dificultava o retorno era o valor da bolsa, já que exigia montante superior a U$1.000.000,00.
Ao contrário do que muitos pensavam, porém, Rickson novamente se colocava na vanguarda do esporte ao exigir maior participação nos lucros do espetáculo.
Se antes, apesar de juntar mais de 50.000 pessoas em eventos, havia dúvidas acerca da alta lucratividade do MMA, hoje não há maiores questionamentos.
Em recente reportagem com o promotor de boxe Don King, a conceituada revista Forbes (abril/06) coloca o boxe como um esporte que está morrendo, citando, para demonstrar a queda da nobre arte, a ausência de ídolos, a existência de muitos campões em diversas categorias e organizações (sete) e a redução do interesse pelos mais jovens.
O MMA, por sua vez, menciona a publicação, não padece destes vícios, tendo sempre ídolos locais (ainda que fabricados – ressalva do blog) e duas grandes organizações (UFC e PRIDE). Um exemplo citado pela Forbes ilustra muito bem a curva descendente do boxe a ascendente do MMA. O reality show da NBC sobre boxe (The Contender), mesmo estrelado por Sugar Ray Leonard e Sylvester Stallone, foi encerrado após a primeira temporada e não fez teve qualquer efeito sobre o boxe. O similar de MMA (The Ultimate Fighter), realizado pelo UFC, já se encontra em sua 3ª temporada, e, além do sucesso comercial, conseguiu atrair uma legião de espectadores.
Não que se possa comparar o MMA ao boxe, mas o fato é que uma luta com tantos atrativos, contando com um ídolo mundial e um ídolo local, um combate aguardado há seis anos, tem todas as condições de se tornar a luta inesquecível.
Antes mesmo de confirmada já causa discussões em fóruns de todo o mundo. Sua concretização poderá inclusive, servir para o K-1 bater, novamente, o Pride no tradicional evento de fim de ano e soerguer a organização para junto das mais tradicionais do MMA.
Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba?????
http://www.youtube.com/watch?v=ydgNcxPd4q0
Rickson Gracie
Sempre que o nome de Rickson Gracie (11v– 0d –0e.), é citado no mundo do MMA causa polêmica. Se entre os praticantes de jiu-jitsu Rickson é o maior nome, comparado somente, pelos saudosistas a Rolls Gracie, no MMA sua longa inatividade (sua última luta foi a vitória sobre Masakatsu Funaki em 2000) e o largo desenvolvimento do esporte, o coloca em meio de fervorosas discussões.
Apesar de não se duvidar de seu valor nos tatames e das vitórias obtidas no início do MMA, Rickson fará 48 anos em 20/11 próximo, sendo inegável que a idade pesará no confronto, ainda que Kazushi Sakuraba também não seja um menino, tem dez anos a menos.
Outro fator contrário ao Gracie é o fato do vale tudo ter se desenvolvido muito após sua retirada em 2000. Os desafios de estilos que marcaram a fase romântica inicial do UFC, PRIDE, Japan Open, entre outros, não existem mais. Atualmente por mais especialista que seja um lutador, por maior supremacia que tenha em um estilo, o desconhecimento de outro o torna presa fácil. Com isso os lutadores passaram a treinar diversas modalidades, incluindo, obrigatoriamente, o jiu-jitsu, arte que a família Gracie mostrou ser indispensável para o esporte.
A favor de Rickson pesa sua genialidade, o fato de ser considerado o maior nome do jiu-jitsu de todos os tempos. Recentemente Paulão Filho (11v– 0d –0e.), um dos maiores nomes do MMA da atualidade, contribuiu para a aura de invencível que cerca Rickson. Neste ano Paulão incluiu um período de treino com Rickson e concluiu:
“Sempre soube que ele era excepcional, mas na verdade é que não podia imaginar quanto. Já treinei com todos os grandes nomes do Carlson, de todas as gerações. Todos excelentes. Alguns fenomenais. Não quero desmerecer ninguém, mas o que Rickson fez comigo ninguém nunca foi capaz de fazer” (ver. Gracie Magazine – maio 2006).
Para concluir sobre a aura sobre Rickson e sobre a luta, Wallid Ismail, histórico rival dos Gracies, disse recentemente: “O Rickson Gracie vai matar o Sakuraba”.
É só aguardar a, na opinião do blog, a mais emblemática de MMA até hoje.
A última luta no MMA contra Masakatsu Funaki - Colosseum 2000
Kazushi Sakuraba
Kazushi Sakuraba (19v– 9d–1e) também está na estrada há muito, tendo estreado no MMA em 1996 com uma derrota para Kimo Leopoldo. Apesar do mau início, Sakuraba, nascido em 14/07/68, construiu uma das mais sólidas carreiras, tendo crescido juntamente com o Pride, evento que lutou desde o segundo evento em 1998, se tornando o maior ídolo japonês no esporte.
Wrestler profissional sem maiores destaques, Sakuraba se juntou a Nobuhiko Takada em 1996 passando a se dedicar aos eventos de MMA. Sua fase mais expressiva ocorreu justamente com as sucessivas vitórias sobre a família Gracie (Royler – finalização, Royce – desistência, Renzo – finalização, Ryan – decisão).
Após três derrotas para Wanderlei Silva, Sakuraba surpreendeu todos ao passar um período de treinamento na Chute Boxe, antes de sua vitória, por nocaute, contra Ken Shamrock.
Apesar do orgulho brasileiro, da festa dos irmãos Rua no córner, o treinamento em Curitiba fez parte, também, de outra especialidade de Kazushi Sakuraba: o marketing... Antes de suas lutas, o Japonês costuma aprontar, tanto provocando, de forma sadia, o adversário, como fez contra Arona ao pintar seu corpo em alusão à definição muscular do brasileiro, como se fantasiar de policial ou pokemon sem suas entradas.
No ringue sua característica maior é manter a calma e o semblante como se estivesse iniciando a luta naquele momento, aguardando o monto exato para atacar.
A última luta – contra Ikuhisa Minowa - Pride Shockwave 2005
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21 maio 2006
20 maio 2006
Especial ALI - A lenda do boxe - parte I
(Medalhista de oura nas Olimpíadas de Roma/60)
Cassius Marcellus Clay nasceu em 17/01/42 em Louisville, Kentucky, sul dos Estados Unidos, e começou a treinar boxe aos 12 anos de idade, mesmo sem o apoio da família. Aos 18 anos, como meio pesado, Cassius Clay obteve a maior vitória que um esportista amador pode almejar: a medalha de oura nas olimpíadas de Roma em 1960.
Alçado ao profissionalismo logo em seguida, fez diversas lutas como peso pesado até se credenciar para desafiar, em 1964, o então temido campeão “Sonny" Liston (WBC). Após derrotar Sonny no sétimo round, Cassius Clay unificou os cinturões em 1967 ao derrotar o campeão da WBA Ernie Terrel.
No topo de sua carreira, envolve-se com membros da Nação do Islã, grupo liderado por Elijah Muhammad, cujo objetivo central era, em síntese, revidar a opressão do homem branco nos EUA. É neste grupo que se encontravam as mais expressivas manifestações negras nos anos sessenta, passando por Malcon X e os Panteras Negras (que subiram ao pódio nas olimpíadas de 68 com os punhos cerrados em protesto).
Assim como Malcon X (antes Malcon Little), Cassius Clay também adotou novo nome para renegar a influência branca de seus antepassados, passando a ser chamado, a partir de 67, de Muhammad ALI.
Não se limitou, contudo, a modificar o nome, e envolvido na luta da Nação do Islã criticou durante o Governo Americano pelas práticas racistas e se recusou a atender a convocação para a Guerra do Vietnam.
A atitude lhe rendeu um processo movido pelo exército, uma condenação de cinco anos de prisão, multa de U$10.000,00 e a perdas de seus títulos judiciais. Após recorrer da sentença, conseguiu, em 1970, a anulação da sentença pela Suprema Corte.
Especial ALI - A lenda do boxe - parte II
Desacreditado, foi novamente obrigado a enfrentar diversos lutadores até obter uma revanche contra Joe Frazier, que havia perdido há pouco tempo, o título para George Foreman. Com a vitória se habilitou para desafiar o invicto campeão George Foreman.
Negociada por milhões de dólares por Dom King (ele mesmo) com o Ditador do Zaire (atual Congo), a luta foi levada para a África e é, por muitos, considerada o maior embate ocorrido até hoje.
Idolatrado pelos africanos e sem a mobilidade que fez seu boxe o melhor de todos os tempos, Muhammad ALI ousou na estratégia ao desgastar George Foreman permitindo que este ficasse na ofensiva por quase toda a luta, sem, contudo, se ferir. No oitavo assalto uma seqüência de golpes derrubou o cansado Foreman e devolveu ao mito o cinturão de campeão mundial.
Novamente com o cinturão, Ali fez diversas defesas do título até ser surpreendido por Leon Spinks e ser novamente derrotado em 1978. Sete meses depois, porém, recupera o título derrotando o mesmo Spinks.
Afastado da Nação do Islã, assim como Malcon X que descobre a origem da opressão no sistema capitalista e não na cor da pele, aos 36 1981nos Ali passa a se dedicar mais ao Islamismo tradicional e causas políticas sem o extremismo dos anos 60
Pressionado por dificuldades financeiras, volta a lutar em 1981, P, mas é derrotado por Trevor Berbick e, com quase 40 anos, se aposenta.
Aos 42 anos os jornais anunciam que Ali fora internado com graves sintomas de mal de Parkinson, que, ao revés do que muitos dizem, não guarda relação com o esporte praticado, já que é uma doença degenerativa que causa tremores musculares e fraqueza e que atinge um a cada 200 pessoas sem distinção.
Em sua carreira Muhammad ALI disputou 61 lutas em 21 anos de atividade, recuperou o título três vezes (único a obter a façanha) e derrotou todos seus oponentes. Além de ser o maior boxeador que o mundo conheceu, Ali ainda teve a firmeza de acreditar em seus ideais, o que faz dele não um ídolo do esporte, mas de todos aqueles que acreditam ser necessário algo a mais.
Considerada a maior luta de boxe de todos os tempos: Ali x Foremanhttp://www.megaupload.com/?d=F8F7PKU1
Aposta para o Mundial de 2006
Nem mesmo o fenômeno Ronaldo Jacaré, bi-campeão mundial absoluto, consegue a unanimidade.
Outros atletas também tiveram, nestes últimos três anos, momentos de glória, como Gabriel Napão vencendo o black belt dos pesados, Margarida que, mesmo derrotado por Jacaré na decisão, mostrou boa forma na Copa do Mundo e na vitória sobre Pé de Pano (em 2005); Xande Ribeiro, vencedor no peso no Pan-americano de 2006 e da Copa do Brasil em 2004.
O equilíbrio dos últimos anos, contudo, se encontra prestes a ser quebrado.
Estimulado tanto pelas vitórias obtidas como, principalmente, por derrotas que não deveriam ter saído de suas mãos, acredito que Roger Gracie vá estabelecer em futuro próximo uma hegemonia nos tatames.
Acostumado com vitórias em todas as faixas, Roger já despontava com um lutador de destaque na marrom, quando venceu o mundial absoluto sobre Ronaldo Jacaré e o campeonato brasileiro por equipes, este lutando contra pretas.
Já em seu primeiro mundial na preta, Roger perdeu o título para o então imbatível Márcio “Pé-de-Pano”
Nos dois anos seguintes vieram as amargas derrotas para o já tradicional rival Ronaldo Jacaré. Sem desmerecer o fenômeno manaura, que se mostrou um guerreiro na primeira luta e um estrategista na segunda, o fato é que em ambas as lutas a derrota veio por questão de interpretação
Na primeira, 2004, após uma luta equilibrada, o armlock aplicado pelo Gracie poderia ilustrar um manual de jiu-jitsu, mas o Guerreiro Jacaré não bateu. A seqüência da luta, contudo, deixou marcas de controvérsia. Sem um braço, lesionado pelo golpe, Jacaré passou a fugir abertamente da luta. O juiz Fredson Alves, contudo, tratou a atitude com um procedimento normal, advertindo verbalmente, depois outras duas vezes formalmente e, quando daria a terceira advertência formal e desclassificaria o atleta, o tempo da luta acabou. Vitória de Ronaldo Jacaré.
Não questiono, como muitos, a necessidade de paralisação da luta, já que o próprio atleta admitia ter condições de continuar, mas o fato é que Jacaré não lutou, apenas fugiu. Não havia necessidade de dar cartão amarelo para depois expulsar. Não há argumentos que me convençam a aceitar a atitude do fraco Juiz Fredson Alves a permitir que, após o armlock, determinou o recomeço da luta no chão mas teve sua autoridade ignorada pelo lesionado Jacaré. Recomeçada a luta em pé, foram 40 segundos, aproximadamente, de pique pega.
A polêmica decisão do mundial absoluto de 2004
http://rapidshare.de/files/9350670/roger_e_jacare_final_de_2004.avi.html
No ano seguinte, apesar da brilhante estratégia de Ronaldo Jacaré, os dois pontos que definiram a luta vieram de uma projeção da queda, já que esta não ocorreu, pois somente seria concretizada se a placa de publicidade não impedisse o golpe.
As derrotas particulares foram vingadas no Europeu de 2005 e no ADCC/05, ambas com vitória de Roger sobre o mesmo rival.
A decisão do ADCC de 2005
http://rapidshare.de/files/4040134/adcc_RogerXJacar_.wmv.html
Europeu de 2005
http://www.subfighter.com/modules.php?name...yBKYWNhcmUuZmx2
Para ver a final do absoluto no Pan./06
http://www.bjj.eu.com/index.php?option=com_content&task=view&id=202&Itemid=46
A adoção de novos procedimentos para o mundial de 2006 com a adoção de três árbitros, tendência a ser seguida para outras competições, impedirá que outras decisões subjetivas ocorram e facilitaram o jogo cadenciado, mas criativo, de Roger Gracie.
Lancei os dados, agora é só aguardar o mundial.
17 abril 2006
Caiu a máscara!
Após duas lutas onde venceu de forma insofismável, o mundo do MMA pode conhecer a fragilidade de Márcio Pé-de-Pano Cruz, bi-campeão mundial absoluto de jiu-jitsu e o último a dominar os tatames sem oposição.
Não há incoerência na informação, uma vez que mesmo vencendo suas primeiras lutas por finalização e nocaute, Pé-de-Pano (2v. 1d. 0e.) sempre demonstrou um boxe cômico, quedas ineficientes e pouco variedade de chutes. Nas duas lutas, contudo, havia compensado as deficiências com o excelente jiu-jitsu.
Contra Monson (21v. – 5d. – 0e.), também excelente no submission, todas as fragilidades denunciadas nas lutas anteriores voltaram à tona.
Na trocação os jabs de Márcio Cruz não fizeram qualquer efeito, enquanto Jeff Monson chegou a derrubar o brasileiro com um dos vários jabs no alvo. À favor de Márcio Cruz poderia se pugnar pelos bons chutes baixos, mas a ausência de variedade (fora este só tentou um frontal) os tornaram fáceis de defender, tendo Monson, inclusive, derrubado o Brasileiro em um deles.
As quedas, que em outras lutas do Pé havia sido um ponto a ser melhorado, desta vez foram um desastre. O Brasileiro não conseguiu nem uma vez cair por cima, enquanto o Americano diversas vezes obteve a vantagem pela posição.
Para piorar, parece que o UFC, ao menos nesta luta, não quer trabalho de chão. Todas as vezes que Márcio Cruz fechava a guarda, posição em que é o melhor do mundo, o Juiz mandava reiniciar a luta em pé.
A derrota acende um novo alerta para Pé-de-Pano, já que Monson também não é um especialista na trocação. Se não melhorar seu boxe e suas quedas, Márcio Pé-de-Pano Cruz poderá encontrar sua vez de ser nocauteado em muito breve.