28 maio 2006

A queda de um mito no UFC 60



(foto - Royce, de bermuda azul, sendo massacrado)

No século XX a Família Gracie teve uma visão e se vestiu com o manto de comprovar ao mundo a superioridade do jiu-jitsu. Por muitos e muitos anos Hélio, Carlson, Rolls e outros tiveram o duro encargo de enfrentar adversários mais fortes e com habilidades em outras artes, sempre demonstrando, com sucesso, a eficiência do jiu-jitsu.

O mundo as artes marciais agradece à família Gracie a apresentação do Jiu-jitsu.

A gratidão, porém, passou do aplauso e fixou residência nos treinamentos. Todos no MMA reconhecem a necessidade de conhecer, ao menos, o anti-jiu-jitsu, o suficiente para amarrar o jogo e não ser finalizado. Todos evoluíram, mas parece que os Gracies não.

Além de não ter nenhum membro da Família Gracie entre os tops, este domingo (28/05/06) foi testemunha da triste derrota do mito Royce (13v- 3d.- 3e.) para Matt Hughes, nocauteado no 1º round em sua volta ao UFC 60, onde nunca havia sofrido um revés.
Para quem não se lembra, o UFC foi criado por Rorion Gracie para ser palco de desafio entre estilos, com os lutadores se enfrentando em três combates em uma só noite. Nas quatro primeiras versões, Royce venceu todas as suas lutas, não levando o cinturão apenas no UFC três porque teve que abandonar a disputa após a vitória sobre Kimo Leopoldo. No UFC 5 empatou com Ken Shanrock (que viria ser o nome a ser batido nos anos seguintes) após o americano amarrar descaradamente a luta.

Os tempos, contudo, passaram, e hoje tivemos que ver um mito ser massacrado. Que sirva de lição para se curar a miopia que ataca os Gracies.

Para assistir Matt Hughes vs. Royce Gracie
http://www.megaupload.com/pt/?d=Z1LHC85R


Pega Leve vs Gabriel Napão

Neste triste final se semana onde a única vitória brasileira foi sobre outro brasileiro, abro parênteses para ratificar o que tenho dito em outros fóruns: Gabriel Napão (6v. -1d.– 0e.) tem tudo para se fixar com um top em sua categoria. Tem um excelente chão (não deve nada a qualquer outro no mundo) . Sua trocação não é das melhores, mas evoluindo no fundamento, o que pode acontecer com boas doses de chute boxe, terá condições para pegar o cinturão.

A vitória de Gabriel Napão
http://www.megaupload.com/pt/?d=U5ONQGNU


Quantos aos demais brasileiros na noite parecem que seguiram o tom da apática ditado pelo Mestre Royce Gracie; Assuério Silva (10v.- 5d.- 0e.) foi derrotado por Brandon Vera (7v. 0d.–0e.) e Fabiano Pega-Leve (5v. 3d.–0e.) por Napão.

Luta do Assuério vs Brandon Vera
http://www.youtube.com/watch?v=LsXy1hyJS_k&search=UFC%2060

26 maio 2006

Vitor Belfort – o retorno?


Primeiro ídolo brasileiro do MMA moderno que não tinha, apesar de adotado por um, o sobrenome Gracie, Vitor Belfort (13v-6d.–0e.) conheceu de perto os altos e baixos da fama. Treinado por Carlson, Vitor logo se destacou nos treinamentos e, alçado da faixa azul para a preta de jiu-jitsu, estreou, em sua segunda luta, no UFC 12 (fevereiro/97) com duas vitórias no mesmo dia (sobre Tra Telligman– interrupção e Scott Ferrozzo – nocaute). Não demorou a receber a alcunha de Fenômeno, apelido dado, principalmente, pela rapidez de seus socos.
Apesar da primeira derrota para Randy Couture (14v.- 8d.- 0e.) no mesmo o ano, o prestigio de Vitinho não diminuiu e as vitórias se seguiram, inclusive com o clássico nocaute sobre o então iniciante Wanderlei Silva.
A clássica vitória sobre Wanderlei Silva
Em 2002 sua carreira tomou novos rumos com a participação na Casa dos Artistas 2, tornando-o extremamente popular. Aproveitando da fama obtida, Silvio Santos transmite pela primeira vez uma luta de MMA na televisão aberta, que alcança o excelente índice de 14 pontos no IBOPE, mas Belfort é derrotado (decisão) por Chuck Lidddell (18v.- 3d.– 0e.) e a carreira do atleta inicia seu declínio. De 2002 até 2006 foram sete lutas, sendo três vitórias (Marvin Eastman; Randy Couture e Antony Rea) e quatro derrotas (Chuck Lidddell; Randy Couture; Tito Ortiz e Alistair Overeem).
Várias razões foram apontadas para o declínio de seu desempenho, da fama que teria subido à cabeça, constantes trocas de equipe, seqüestro da irmã e até mesmo o pé frio de seu novo empresário (Jorge Guimarães – o Joinha, apresentador do Premiere Combate).
Muitos ficam aguardando o retorno vitorioso, o que pode estar prestes a acontecer. Passada a tempestade da fama fácil da Casa dos Artistas, resolvido o seqüestro da irmã (que infelizmente não teve final feliz), Vitinho voltou a eventos menores (Cage Rage) e se concentrou nos treinamentos de boxe, que o projetou.
As duas últimas lutas do Fenômeno, sendo uma sua estréia no boxe profissional, já mostram a melhoria sustentável, para utilizar um jargão do economês em moda. No combate no Cage Rage 14, contra
Antony Rea (9v.- 5d.– 0e.), Belfort mostrou um bom jiu-jitsu, com direito a uma omoplata quase perfeita, e, principalmente, muita confiança no boxe. Há de se fazer, contudo, ressalva para a pouca agressividade de Rea.
Na sua estréia no boxe profissional, Vítor enfrentou Josemário Neves, ex-campeão baiano, tradicional reduto da nobre arte nacional, e não deu qualquer chance ao adversário, aplicando-lhe três knock downs, em menos de um minto.

Ainda é pouco, mas já aguça o desejo de presenciar o retorno do Fenômeno aos grandes eventos.


A vitória no Cage Rage
http://www.hausfightwear.com.br/videos_10.php

A vitória em sua estréia no boxe profissional

Questão operacional ou falta de visão?


Uma das reclamações mais recorrentes que se pode verificar nas academias e fóruns ligados às lutas é, sem dúvida, a impossibilidade de acompanhar ao vivo os principais eventos de MMA, mas precisamente UFC e PRIDE.
E o pior é que, em 2005, o canal Premiere Combate (Globosat) apresentou como degustação quatro eventos do PRIDE transmitidos diretamente do Japão. Para os amantes do MMA foi algo parecido como ter quatro copas do mundo em um só ano, madrugadas percorridas na expectativa de acompanhar, principalmente, as vitórias dos brasileiros em ação.
Apesar de toda a vibração o canal anunciou que não renovou o contrato e as transmissões cessaram, deixando os telespectadores à deriva na internet. As reações foram muitas, incluindo, inclusive, campanha de cancelamento de assinatura em massa no principal portal de MMA do Brasil.
Apesar da revolta e decepção, insisto em ver a decisão da Globosat com outros olhos e tentando entender a postura do canal Premiere Combate. O fato é que o MMA tomou a dimensão que tem hoje devido à aceitação no mercado, principalmente o japonês e americano.
As vendas de produtos ligados às lutas, incluindo as transmissões televisivas, formaram um novo filão de negócio, estimulando novos eventos e novos lutadores. A inexistência da mais valia (tradução marxista de lucro) fatalmente condenaria aos antigos e românticos embates dos gracies contra outras artes.
Em recente entrevista ao “site” faixapreta.com, o diretor dos canais Premium da Globosat, Elton Simões, afirmou que a dificuldade de compra dos direitos ao Pride decorre, exclusivamente, do preço pedido e as dificuldades de efetuar a transmissão ao vivo, que, segundo Elton, encarece em de 2 a 3 vezes o valor do evento.
Comentou ainda, que o pagamento do preço pedido pela DSE praticamente inviabilizaria o canal, fazendo com que o prejuízo fosse maior:
“Consideramos o PRIDE muito importante, por isso estamos fazendo um grande esforço para comprá-lo. Porém, entre as responsabilidades de um canal, está a garantia de dar continuidade a ele. Se pagássemos o que o PRIDE está pedindo não teríamos mais o canal.”
Antes de concluir pelo descaso do canal com os telespectadores, é necessário verificar que o Premiere Combate não parou o investimento nas lutas, tendo adquirido, recentemente, um pacote de 24 lutas para este ano, o que atende ao pedido de 42% dos assinantes do canal (segundo a Coluna Controle Remoto do Diário do Nordeste). Além do boxe, que é um bom programa, a Globosat adquiriu ainda o K-1 e Cage Rage, mas nenhum destes ao vivo.
Apesar de reconhecer as dificuldades no fechamento do negócio, o que causa estranheza é o fato das lutas ocuparem, segundo reportagem do JB em 29/09/02, o segundo lugar da preferência dos assinantes, perdendo apenas, é óbvio, para o futebol, mas ficando à frente de esportes tradicionais como vôlei (3º colocado), o futsal (4º), o tênis (5º), o automobilismo (9º) e o basquete (20º).
Segundo o Jornal, em agosto de 2002 o MMA foi visto por 69.040 assinantes (52,1%) do público que viu futebol (132.417). Pela quantidade de aparelhos ligados, dado que serve para a contagem da audiência, o quadro fica ainda mais favorável ao MMA, já que contou, no período, com 2,3% dos aparelhos legados, quando o futebol obteve 3,5%.
É inegável que as transmissões ao vivo de 2005 aumentaram o número de assinantes, e o público do MMA, apesar de praticamente ignorado pela TV aberta, cresce ano a ano, potencializando, ainda, mais, o mercado da Globosat.
É impossível ignorar as dificuldades da aquisição do PRIDE, mas é incompreensível o canal não se aliar aos produtores brasileiros para a realização de eventos em terras brasileiras. Jamais alcançaremos, ao menos nesta geração, o nível de fanatismo que existe no Japão, aonde a admiração pelas lutas vem desde a era dos samurais, mas o Brasil é certamente o maior celeiro de lutadores do mundo e a existência de um GP com bolsas dignas e compatíveis com a realizada brasileira, com certeza iria alavancar os índices de audiência.

É muita audiência represada.

23 maio 2006

Recordar é viver


No atual estágio do MMA, é impossível defender a supremacia de um estilo. Após, principalmente, o furacão Marco Ruas (8v-3d- 2e) ter conquistado o UFC 7 (1995) apresentando enorme intimidade tanto para lutar em pé como no chão, o vale tudo iniciou sua transformação para Mixed Martial Arts (Mistura de Artes Marciais) e o cross-trainning (treinamento em diversas artes) se fixou como o único modo de se preparar para a luta.
Antes, contudo, a família Gracie incorporou a missão de comprovar a supremacia do jiu-jitsu e partiu para o mundo desafiando todas as artes marciais para combates sem regras, onde apenas o reconhecimento da vitória interrompia a luta.
Esse post vem apenas lembrar essa fase romântica, sem qualquer pretensão de insinuar alguma superioridade. Ao contrário, serve até mesmo para lembrar que aqueles lutadores de jiu-jitsu que se recusam a treinar sério outras artes hoje se encontram cada vez com menor destaque. É com pesar que vejo rankings, que, mesmo feitos sem critérios objetivos, não contam com Gracies no topo.
Jiu-Jitsu vs

Karatê
http://video.google.com/videoplay?docid=4484668185211770452&q=%22jiu+jitsu%22

Full contact
http://video.google.com/videoplay?docid=-6043278201850043031&q=%22jiu+jitsu%22+vs

Luta Livre (o clássico Rickson Gracie vs hugo Duarte)
http://video.google.com/videosearch?q=Rickson+Hugo+Duarte

Karatê
http://www.youtube.com/watch?v=9b6a2VH5HJg&search=%22jiu-jitsu%20vs%22

professional NFL player (??? – mas é um bom vídeo)
http://www.youtube.com/watch?v=8dVqMIt8jSY&search=%22jiu%20jitsu%20vs%22

Judô (Rickson e Royler)
http://video.google.com/videoplay?docid=-1015797790370952500&q=RICKSON+GRACIE&pl=true

JKempo (Royler)
http://www.youtube.com/watch?v=naWEbPDz80w&search=royler

Capoeira
http://br.geocities.com/suporte_videos03/bjjxcapoeira.mpg

Judô
http://video.google.com/videoplay?docid=-5147299969432921273

Kung Fu
http://s37.yousendit.com/d.aspx?id=1PBHPW3Z0F97D27GXVWYEQA648

Sambo (Rickson)
http://rapidshare.de/files/2575105/Rickson_-_Sambo.mpg.html

Judo + Boxe chinês
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Kickboxer
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Judô (Royce)
http://www.megaupload.com/?d=DIZE6AHM

22 maio 2006

Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba - sera?


Poucas lutas foram tão aguardadas como Rickson Gracie contra Kazushi Sakuraba, cuja especulação indica que se realizará no K-1 em setembro ou dezembro, já que a organização teria acertado com o Brasileiro sua bolsa (US3.000.000,00).

Quando todos contavam como certa sua realização após o Japonês vencer quatro membros da família Gracie, motivos particulares (a morte do filho) afastaram Rickson do cenário do MMA desde 2000.

Enquanto Sakuraba sedimentava sua sólida carreira e a condição de ídolo no Japão, muitas vezes os boatos noticiavam a volta de Rickson, sempre frustrando, porém, os que aguardavam a retomada da carreira.

Concomitante com o desenvolvimento do MMA, tanto tecnicamente como empresarialmente, o mito sobre o Gracie se tornava cada vez maior. São comuns as discussões sobre como se sairia atualmente em confrontos contra lutadores mais qualificados.
Um dos motivos, alegado em várias ocasiões, que dificultava o retorno era o valor da bolsa, já que exigia montante superior a U$1.000.000,00.

Ao contrário do que muitos pensavam, porém, Rickson novamente se colocava na vanguarda do esporte ao exigir maior participação nos lucros do espetáculo.

Se antes, apesar de juntar mais de 50.000 pessoas em eventos, havia dúvidas acerca da alta lucratividade do MMA, hoje não há maiores questionamentos.

Em recente reportagem com o promotor de boxe Don King, a conceituada revista Forbes (abril/06) coloca o boxe como um esporte que está morrendo, citando, para demonstrar a queda da nobre arte, a ausência de ídolos, a existência de muitos campões em diversas categorias e organizações (sete) e a redução do interesse pelos mais jovens.

O MMA, por sua vez, menciona a publicação, não padece destes vícios, tendo sempre ídolos locais (ainda que fabricados – ressalva do blog) e duas grandes organizações (UFC e PRIDE). Um exemplo citado pela Forbes ilustra muito bem a curva descendente do boxe a ascendente do MMA. O reality show da NBC sobre boxe (The Contender), mesmo estrelado por Sugar Ray Leonard e Sylvester Stallone, foi encerrado após a primeira temporada e não fez teve qualquer efeito sobre o boxe. O similar de MMA (The Ultimate Fighter), realizado pelo UFC, já se encontra em sua 3ª temporada, e, além do sucesso comercial, conseguiu atrair uma legião de espectadores.

Não que se possa comparar o MMA ao boxe, mas o fato é que uma luta com tantos atrativos, contando com um ídolo mundial e um ídolo local, um combate aguardado há seis anos, tem todas as condições de se tornar a luta inesquecível.

Antes mesmo de confirmada já causa discussões em fóruns de todo o mundo. Sua concretização poderá inclusive, servir para o K-1 bater, novamente, o Pride no tradicional evento de fim de ano e soerguer a organização para junto das mais tradicionais do MMA.


Rickson Gracie x Kazushi Sakuraba?????
http://www.youtube.com/watch?v=ydgNcxPd4q0

Rickson Gracie


Sempre que o nome de Rickson Gracie (11v– 0d –0e.), é citado no mundo do MMA causa polêmica. Se entre os praticantes de jiu-jitsu Rickson é o maior nome, comparado somente, pelos saudosistas a Rolls Gracie, no MMA sua longa inatividade (sua última luta foi a vitória sobre Masakatsu Funaki em 2000) e o largo desenvolvimento do esporte, o coloca em meio de fervorosas discussões.

Apesar de não se duvidar de seu valor nos tatames e das vitórias obtidas no início do MMA, Rickson fará 48 anos em 20/11 próximo, sendo inegável que a idade pesará no confronto, ainda que Kazushi Sakuraba também não seja um menino, tem dez anos a menos.

Outro fator contrário ao Gracie é o fato do vale tudo ter se desenvolvido muito após sua retirada em 2000. Os desafios de estilos que marcaram a fase romântica inicial do UFC, PRIDE, Japan Open, entre outros, não existem mais. Atualmente por mais especialista que seja um lutador, por maior supremacia que tenha em um estilo, o desconhecimento de outro o torna presa fácil. Com isso os lutadores passaram a treinar diversas modalidades, incluindo, obrigatoriamente, o jiu-jitsu, arte que a família Gracie mostrou ser indispensável para o esporte.

A favor de Rickson pesa sua genialidade, o fato de ser considerado o maior nome do jiu-jitsu de todos os tempos. Recentemente Paulão Filho (11v– 0d –0e.), um dos maiores nomes do MMA da atualidade, contribuiu para a aura de invencível que cerca Rickson. Neste ano Paulão incluiu um período de treino com Rickson e concluiu:
“Sempre soube que ele era excepcional, mas na verdade é que não podia imaginar quanto. Já treinei com todos os grandes nomes do Carlson, de todas as gerações. Todos excelentes. Alguns fenomenais. Não quero desmerecer ninguém, mas o que Rickson fez comigo ninguém nunca foi capaz de fazer” (ver. Gracie Magazine – maio 2006).

Para concluir sobre a aura sobre Rickson e sobre a luta, Wallid Ismail, histórico rival dos Gracies, disse recentemente: “O Rickson Gracie vai matar o Sakuraba”.

É só aguardar a, na opinião do blog, a mais emblemática de MMA até hoje.

A última luta no MMA contra Masakatsu Funaki - Colosseum 2000

Kazushi Sakuraba



Kazushi Sakuraba (19v– 9d–1e) também está na estrada há muito, tendo estreado no MMA em 1996 com uma derrota para Kimo Leopoldo. Apesar do mau início, Sakuraba, nascido em 14/07/68, construiu uma das mais sólidas carreiras, tendo crescido juntamente com o Pride, evento que lutou desde o segundo evento em 1998, se tornando o maior ídolo japonês no esporte.

Wrestler profissional sem maiores destaques, Sakuraba se juntou a Nobuhiko Takada em 1996 passando a se dedicar aos eventos de MMA. Sua fase mais expressiva ocorreu justamente com as sucessivas vitórias sobre a família Gracie (Royler – finalização, Royce – desistência, Renzo – finalização, Ryan – decisão).

Após três derrotas para Wanderlei Silva, Sakuraba surpreendeu todos ao passar um período de treinamento na Chute Boxe, antes de sua vitória, por nocaute, contra Ken Shamrock.
Apesar do orgulho brasileiro, da festa dos irmãos Rua no córner, o treinamento em Curitiba fez parte, também, de outra especialidade de Kazushi Sakuraba: o marketing... Antes de suas lutas, o Japonês costuma aprontar, tanto provocando, de forma sadia, o adversário, como fez contra Arona ao pintar seu corpo em alusão à definição muscular do brasileiro, como se fantasiar de policial ou pokemon sem suas entradas.

No ringue sua característica maior é manter a calma e o semblante como se estivesse iniciando a luta naquele momento, aguardando o monto exato para atacar.

A última luta – contra Ikuhisa Minowa - Pride Shockwave 2005
http://www.megaupload.com/?d=VA6YDPWH

20 maio 2006

Especial ALI - A lenda do boxe - parte I



(Medalhista de oura nas Olimpíadas de Roma/60)

Cassius Marcellus Clay nasceu em 17/01/42 em Louisville, Kentucky, sul dos Estados Unidos, e começou a treinar boxe aos 12 anos de idade, mesmo sem o apoio da família. Aos 18 anos, como meio pesado, Cassius Clay obteve a maior vitória que um esportista amador pode almejar: a medalha de oura nas olimpíadas de Roma em 1960.
Alçado ao profissionalismo logo em seguida, fez diversas lutas como peso pesado até se credenciar para desafiar, em 1964, o então temido campeão “Sonny" Liston (WBC). Após derrotar Sonny no sétimo round, Cassius Clay unificou os cinturões em 1967 ao derrotar o campeão da WBA Ernie Terrel.
No topo de sua carreira, envolve-se com membros da Nação do Islã, grupo liderado por Elijah Muhammad, cujo objetivo central era, em síntese, revidar a opressão do homem branco nos EUA. É neste grupo que se encontravam as mais expressivas manifestações negras nos anos sessenta, passando por Malcon X e os Panteras Negras (que subiram ao pódio nas olimpíadas de 68 com os punhos cerrados em protesto).
Assim como Malcon X (antes Malcon Little), Cassius Clay também adotou novo nome para renegar a influência branca de seus antepassados, passando a ser chamado, a partir de 67, de Muhammad ALI.
Não se limitou, contudo, a modificar o nome, e envolvido na luta da Nação do Islã criticou durante o Governo Americano pelas práticas racistas e se recusou a atender a convocação para a Guerra do Vietnam.
A atitude lhe rendeu um processo movido pelo exército, uma condenação de cinco anos de prisão, multa de U$10.000,00 e a perdas de seus títulos judiciais. Após recorrer da sentença, conseguiu, em 1970, a anulação da sentença pela Suprema Corte.

Especial ALI - A lenda do boxe - parte II

(na vitória sobre Foreman Ali reconquista, no Zaire, o título mundial)

No retorno aos ringues Ali já não tinha a mesma mobilidade de pernas que caracterizou sua nobre arte e que o tornou invencível. Após vencer algumas lutas, desafiou o campeão Joe Frazier (1970) e conheceu a derrota.
Desacreditado, foi novamente obrigado a enfrentar diversos lutadores até obter uma revanche contra Joe Frazier, que havia perdido há pouco tempo, o título para George Foreman. Com a vitória se habilitou para desafiar o invicto campeão George Foreman.
Negociada por milhões de dólares por Dom King (ele mesmo) com o Ditador do Zaire (atual Congo), a luta foi levada para a África e é, por muitos, considerada o maior embate ocorrido até hoje.
Idolatrado pelos africanos e sem a mobilidade que fez seu boxe o melhor de todos os tempos, Muhammad ALI ousou na estratégia ao desgastar George Foreman permitindo que este ficasse na ofensiva por quase toda a luta, sem, contudo, se ferir. No oitavo assalto uma seqüência de golpes derrubou o cansado Foreman e devolveu ao mito o cinturão de campeão mundial.
Novamente com o cinturão, Ali fez diversas defesas do título até ser surpreendido por Leon Spinks e ser novamente derrotado em 1978. Sete meses depois, porém, recupera o título derrotando o mesmo Spinks.
Afastado da Nação do Islã, assim como Malcon X que descobre a origem da opressão no sistema capitalista e não na cor da pele, aos 36 1981nos Ali passa a se dedicar mais ao Islamismo tradicional e causas políticas sem o extremismo dos anos 60
Pressionado por dificuldades financeiras, volta a lutar em 1981, P, mas é derrotado por Trevor Berbick e, com quase 40 anos, se aposenta.
Aos 42 anos os jornais anunciam que Ali fora internado com graves sintomas de mal de Parkinson, que, ao revés do que muitos dizem, não guarda relação com o esporte praticado, já que é uma doença degenerativa que causa tremores musculares e fraqueza e que atinge um a cada 200 pessoas sem distinção.
Em sua carreira Muhammad ALI disputou 61 lutas em 21 anos de atividade, recuperou o título três vezes (único a obter a façanha) e derrotou todos seus oponentes. Além de ser o maior boxeador que o mundo conheceu, Ali ainda teve a firmeza de acreditar em seus ideais, o que faz dele não um ídolo do esporte, mas de todos aqueles que acreditam ser necessário algo a mais.

Considerada a maior luta de boxe de todos os tempos: Ali x Foremanhttp://www.megaupload.com/?d=F8F7PKU1

Ouvidoria

Não funciona o link, não estão certas as informações... se for assim há conserto.

Aposta para o Mundial de 2006

(na foto o armlock da decisão do absoluto de 2004)
Após o domínio de Márcio “Pé-de-Pano” nos tatames, o jiu-jitsu passa por momentos de ricas rivalidades, onde vários lutadores conseguem vitórias importantes, mesmo não conseguindo convencer todos de sua superioridade.

Nem mesmo o fenômeno Ronaldo Jacaré, bi-campeão mundial absoluto, consegue a unanimidade.
Outros atletas também tiveram, nestes últimos três anos, momentos de glória, como Gabriel Napão vencendo o black belt dos pesados, Margarida que, mesmo derrotado por Jacaré na decisão, mostrou boa forma na Copa do Mundo e na vitória sobre Pé de Pano (em 2005); Xande Ribeiro, vencedor no peso no Pan-americano de 2006 e da Copa do Brasil em 2004.

O equilíbrio dos últimos anos, contudo, se encontra prestes a ser quebrado.

Estimulado tanto pelas vitórias obtidas como, principalmente, por derrotas que não deveriam ter saído de suas mãos, acredito que Roger Gracie vá estabelecer em futuro próximo uma hegemonia nos tatames.
Acostumado com vitórias em todas as faixas, Roger já despontava com um lutador de destaque na marrom, quando venceu o mundial absoluto sobre Ronaldo Jacaré e o campeonato brasileiro por equipes, este lutando contra pretas.

Já em seu primeiro mundial na preta, Roger perdeu o título para o então imbatível Márcio “Pé-de-Pano”
Nos dois anos seguintes vieram as amargas derrotas para o já tradicional rival Ronaldo Jacaré. Sem desmerecer o fenômeno manaura, que se mostrou um guerreiro na primeira luta e um estrategista na segunda, o fato é que em ambas as lutas a derrota veio por questão de interpretação

Na primeira, 2004, após uma luta equilibrada, o armlock aplicado pelo Gracie poderia ilustrar um manual de jiu-jitsu, mas o Guerreiro Jacaré não bateu. A seqüência da luta, contudo, deixou marcas de controvérsia. Sem um braço, lesionado pelo golpe, Jacaré passou a fugir abertamente da luta. O juiz Fredson Alves, contudo, tratou a atitude com um procedimento normal, advertindo verbalmente, depois outras duas vezes formalmente e, quando daria a terceira advertência formal e desclassificaria o atleta, o tempo da luta acabou. Vitória de Ronaldo Jacaré.
Não questiono, como muitos, a necessidade de paralisação da luta, já que o próprio atleta admitia ter condições de continuar, mas o fato é que Jacaré não lutou, apenas fugiu. Não havia necessidade de dar cartão amarelo para depois expulsar. Não há argumentos que me convençam a aceitar a atitude do fraco Juiz Fredson Alves a permitir que, após o armlock, determinou o recomeço da luta no chão mas teve sua autoridade ignorada pelo lesionado Jacaré. Recomeçada a luta em pé, foram 40 segundos, aproximadamente, de pique pega.

A polêmica decisão do mundial absoluto de 2004
http://rapidshare.de/files/9350670/roger_e_jacare_final_de_2004.avi.html


No ano seguinte, apesar da brilhante estratégia de Ronaldo Jacaré, os dois pontos que definiram a luta vieram de uma projeção da queda, já que esta não ocorreu, pois somente seria concretizada se a placa de publicidade não impedisse o golpe.
As derrotas particulares foram vingadas no Europeu de 2005 e no ADCC/05, ambas com vitória de Roger sobre o mesmo rival.

A decisão do ADCC de 2005
http://rapidshare.de/files/4040134/adcc_RogerXJacar_.wmv.html

Europeu de 2005
http://www.subfighter.com/modules.php?name...yBKYWNhcmUuZmx2
Na última faixa, além de Jacaré e Pé-de-Pano, apenas Xande Ribeiro venceu o Gracie (na decisão do peso do Pan/06), mas esta também foi vingada no absoluto, quando o atleta da Gracie Barra aplicou um sensacional triangulo finalizando o embate.

Para ver a final do absoluto no Pan./06
http://www.bjj.eu.com/index.php?option=com_content&task=view&id=202&Itemid=46


A adoção de novos procedimentos para o mundial de 2006 com a adoção de três árbitros, tendência a ser seguida para outras competições, impedirá que outras decisões subjetivas ocorram e facilitaram o jogo cadenciado, mas criativo, de Roger Gracie.

Lancei os dados, agora é só aguardar o mundial.
ps: editado em 21/05/06 para corrigir informação sobre o juiz da decisão de 2004, já que foi Fredson Alves e não Fredson Paixão.

Vlw Anônimo.