Quando li as primeiras notícias sobre a vitória do Pé, até achei que iria dar o braço a tocer, já que ele teria vencido com interrupção do Juiz após um soco abrir o supercílio de Frank Mir. Logo eu que tinha chamado o boxe dele de cômico.
Assistindo a luta, contudo, continuo com a posição anterior. Para o Pé-de-Pano virar um top, terá que dar um jeito na trocação.
Não, não há contradição com o título. O Pé, apesar de tudo contra ele, arrasou.
Sua luta contra Frank Mir era, ao menos para a organização do UFC, uma escada para o americano disputar o cinturão no UFC 59, pois antes mesmo do resultado da luta Frank Mir já tinha garantida sua chance de desafiar o campeão Andrei Arlovisk no UFC 59. Márcio Cruz entraria apenas para dar rítimo a Frank Mir.
Já no início do combate dá para perceber que o carismático (sim, Pé-de-Pano largou a mascara da arrogância e está simpático com todos) não tinha o apoio da torcida americana.
Quando a luta começa, fica claro que a nobre arte não tem o brasileiro como especialista. Mas apesar do boxe do Pé-de-Pano ainda ser muito ruím, seu chão é excepcional. Derrubado pelo Frank Mir (o Pé também precisa melhorar nas quedas), manteve a calma, inclusive defendendo uma kimura sem demonstrar que sentia o golpe. Quando os dois levantaram-se, Márcio Cruz consegiu levar a luta para o chão caindo por cima na meia guarda.
Daí pra frente não houve mais resistência. O excelente chão do Pé-de-Pano não deixou que Frank Mir fizesse qualquer movimento. Preso ao chão o Americano foi alvo fácil para os socos e cotoveladas do Brasileiro, até que o supercílio abrisse e o sangue escorresse. Mesmo após uma breve interrupção médica, com a luta recomeçando na meia guarda, não houve como o UFC proteger Mir, já que o castigo continuou, obrigando a interrupção pelo Juiz e a vitória do Pé.
Para ver a luta do Pé-de-Pano contra Frank Mir